SÃO PAULO – O MDB foi o partido que mais prefeituras conquistou nas eleições municipais de 2020, mantendo o título de sigla mais capilarizada do sistema partidário brasileiro, com 785 cidades sob gestão. O resultado, no entanto, não esconde a desidratação sofrida pelo partido, que agora vê mais próxima a sombra de Progressistas (685) e PSD (655).
Outra novidade foi o ingresso do DEM no G5. A legenda foi a que mais conquistou prefeituras em comparação com o pleito de 2016: 196, um crescimento de 73%. Com o salto, o partido de Rodrigo Maia (RJ) e Davi Alcolumbre (AP) se aproximou do PSDB (520), que perdeu 279 prefeituras após um salto de 15% quatro anos atrás, embalado pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT). A sigla de João Doria foi a que mais perdeu municípios.
Os tucanos também sofreram um tombo na quantidade de capitais sob gestão: eram sete em 2016, agora são quatro. Mesmo assim, o partido mantém a maior população governada. Com a manutenção do controle em São Paulo, a legenda governa para 34.066.661 cidadãos. Na sequência vem o MDB, que recuperou o posto de sigla com mais prefeitos em capitais após 12 anos. O partido governa para 26.094.876.
Aliás, nas capitais o DEM também se destaca. São quatro eleitos, contra apenas um quatro anos atrás. Além de ter conquistado Salvador, com Bruno Reis, Curitiba, com Rafael Greca, e Florianópolis, com Gean Loureiro, direto no primeiro turno, o partido agora levou o Rio de Janeiro, com Eduardo Paes. São 24.432.792 governados – número que pode subir para 512.902, dependendo do resultado em Macapá (AP), que teve o pleito adiado por conta dos problemas de fornecimento de energia elétrica que duraram mais de duas semanas.
Na esquerda, o PT teve outra eleição traumática. Após um tombo de 60% em 2016, o partido agora encolheu 28% e se viu ainda mais distante do grupo de siglas com maior participação nas cidades. O partido do ex-presidente Lula também não tem mais nenhuma capital sob gestão – em 2008, chegou a governar seis. Agora, a legenda governa para 6.045.238 cidadãos – menos que a população da cidade do Rio de Janeiro – e tem a alegada hegemonia cada vez mais contestada.
PSB (-38%) e PDT (-6%) também saíram menores nas eleições de 2020. Nas capitais, porém, as duas siglas conseguiram manter a marca de dois eleitos cada. O partido dos irmãos Ciro e Cid Gomes aparece um pouco à frente no critério de cidadãos governados: 10.809.958 contra 9.456.166. As siglas desde já ensaiam uma aproximação para a próxima eleição presidencial.
Ainda neste campo, o PSOL merece destaque. Embora tenha sido derrotado em São Paulo com a surpreendente campanha de Guilherme Boulos, a sigla sai do pleito fortalecida. Além de alçar o líder dos sem-teto ao patamar de potencial símbolo de uma renovação no campo progressista, o partido saltou de duas para cinco prefeituras conquistadas – dentre elas, Belém (PA), com Edmilson Rodrigues. Agora, são 1.546.909 governados.
Considerando a variação percentual, as legendas que mais cresceram nestas eleições foram Avante (583%), PSL (200%), PSOL (150%) e Republicanos (101%). Já as que mais diminuíram foram PTC (-94%), DC (-88%) e PMB (-75%). Em números absolutos, DEM (196), Progressistas (190) e PSD (116) foram os grandes vencedores. E PSDB (-279), MDB (-259) e PSB (-154), os maiores perdedores.
Veja a evolução do quadro partidário nas últimas quatro eleições:
1. Quadro geral: todas as prefeituras
2. Capitais
3. Eleitores governados por partido:
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