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SÃO PAULO – Em meio à relação conflituosa mantida entre o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o Congresso Nacional, analistas políticos reduziram projeções para o tamanho do grupo de parlamentares alinhados ao Palácio do Planalto na atual legislatura.
É o que mostra a quinta rodada do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as projeções de algumas das vozes mais respeitadas pelo mercado sobre temas da política nacional.
Segundo o levantamento, feito entre os dias 27 e 29 de maio, a média das estimativas para a base governista na Câmara dos Deputados recuou de 240 para 133 deputados entre março e maio, o equivalente a 45%. No mesmo período, a média para a oposição oscilou de 139 para 143, alta de 3%.
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Já o grupo dos incertos vem em uma crescente desde janeiro, quando foi estimado em 121 deputados. Agora, seriam 237 parlamentares. O salto acumulado é de 96%, em mais uma evidência da percepção sobre a força do centro no parlamento.
Esta edição do Barômetro contou com a participação de 7 casas de análise política (BMJ Consultores, Control Risks, Eurasia Group, Medley Global Advisors, Prospectiva Consultoria, Tencências Consultoria e XP Política) e 3 analistas independentes (Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe; Carlos Melo, professor do Insper; e Thomas Traumann, jornalista e consultor político). Conforme combinado com os colaboradores, os resultados são divulgados de forma agregada.
Gráfico 1: a distribuição dos deputados entre base aliada, oposição e indefinidos
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Movimento similar é observado no Senado Federal, onde a base teórica do governo é estimada em 23 parlamentares. Trata-se de recuo de 43% em comparação com a fotografia de março. No mesmo período, a média das projeções para a oposição oscilaram de 18 para 19 congressistas. Já o grupo dos incertos saltou 70%, para 39 senadores.
Gráfico 2: a distribuição dos senadores entre base aliada, oposição e indefinidos
Leia também: Congresso deve aprovar reforma da Previdência de R$ 679 bilhões até novembro, projetam analistas
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Considerando a atual fotografia apontada pelos analistas, para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), caso da reforma da Previdência, o governo precisaria contar, além do apoio total da sua base, de 74% dos deputados incertos e 67% dos senadores do mesmo grupo. Na prática, é um retrato da avaliação de que este será um governo permanentemente minoritário no Legislativo, sem formação de coalizão e com maiorias eventuais, caso a caso.
Apesar do ambiente aparentemente mais desafiador, os especialistas estão otimistas com relação à aprovação de mudanças no atual sistema de aposentadorias. Para eles, o texto final deverá ter impacto fiscal entre R$ 600 bilhões e R$ 800 bilhões, o que corresponde a uma desidratação de pelo menos R$ 558 bilhões do texto originalmente apresentado pelo governo. Leia mais clicando aqui.
Na avaliação dos especialistas ouvidos pelo Barômetro, permanece negativa a relação entre Executivo e Legislativo. A despeito do aceno feito pelo presidente Jair Bolsonaro, que procurou as lideranças dos outros Poderes para selar um “Pacto pelo Brasil”, nenhum dos analistas consultados espera por uma melhora nas relações institucionais.
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“O governo Jair Bolsonaro vai investir no confronto com o Legislativo”, observou um deles.
Gráfico 3: a relação entre governo e parlamento
Gráfico 4: as expectativas para a relação entre governo e parlamento
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Do lado da opinião pública, a percepção também é desfavorável ao governo, mas melhor do que a observada na relação com os parlamentares. A maioria dos analistas ouvidos pelo levantamento indica como “regular” a comunicação do governo com a sociedade, o apoio da população à atual gestão e a aprovação das ações do governo.
Gráfico 5: como o governo se comunica com a população
Gráfico 6: apoio da população ao governo
Gráfico 7: aprovação das ações do governo
“Um dos fatores minando a comunicação do governo com a sociedade é a existência de um núcleo ideologizado (nos ministérios de Educação, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Meio Ambiente) que provoca bastante ruído e desvia o foco de outras áreas onde há avanços importantes na agenda econômica, como infraestrutura, agricultura e minas e energia”, pontuou um dos analistas.
O Barômetro do Poder também captou as expectativas dos especialistas para as manifestações populares a favor e contra o governo ao longo dos próximos anos. Para 60%, os atos pró-Bolsonaro devem manter o tamanho dos atos realizados no último domingo (26). Os 40% restantes se dividem igualmente entre os que apostam em aumento ou diminuição de quórum.
Gráfico 8: o tamanho das manifestações a favor do governo
Já do lado de protestos críticos à atual administração, 90% esperam que os atos cresçam ao longo dos próximos 4 anos, em comparação com os ocorridos em 15 de maio, contra os cortes no orçamento discricionário da educação. Outros 10% esperam a manutenção do tamanho registrado naquela ocasião.
Gráfico 9: o tamanho das manifestações contra o governo
Para acessar a íntegra do levantamento, clique aqui.
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