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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o plano de ajuste fiscal anunciado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é muito inspirado na Fazenda.
“Oitenta por cento do plano é redução do gasto tributário e redução do juro da dívida de São Paulo, que é o trabalho que estamos fazendo”, afirmou o chefe da equipe econômica, em entrevista publicada nesta sexta-feira (31) pelo jornal Valor Econômico.
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“No nosso caso, o juro não é contratual, é a Selic, mas o dele é. Ele depende do Executivo federal para conseguir. E sabe que há boa vontade do Executivo federal para isso”, afirmou Haddad.
Ainda segundo o petista, Tarcísio está colocando na conta da Fazenda nacional parte do plano.
O ministro afirmou, também, que o trabalho de corte de gastos é contínuo.
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Questionado sobre o que está sendo feito em âmbito federal para o controle de gastos, Haddad disse que o mercado presta pouca atenção no que ocorre no Legislativo e no Judiciário, “como se o resultado fiscal fosse uma atribuição exclusiva do Poder Executivo”.
O ministro também defendeu que o arcabouço fiscal não está arranhado, quando inquirido sobre a percepção de que há receitas superestimadas e despesas que não estão sendo cuidadas.
“Disse no fim do ano passado, o Orçamento estava com receitas extraordinárias superestimadas e receitas ordinárias subestimadas”, emendou Haddad. “Reduzimos, no segundo relatório, de R$ 35 bilhões para R$ 10 bilhões as receitas com concessões. E você terá novidades positivas no terceiro bimestre com as transações [tributárias] que estão em curso no Carf.”
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Lula nunca se queixou sobre atenção dada ao mercado
Na entrevista ao Valor, Haddad negou que o presidente Luiz Inácio da Lula da Silva (PT) tenha criticado a atenção dada por ele ao mercado financeiro.
“Essa queixa nunca existiu”, afirmou Haddad. “Encontro com todo mundo. Recebo MST, Febraban, IDV [Instituto para o Desenvolvimento do Varejo], Shein. Dedico todas as sextas-feiras a ouvir os setores da economia, incluindo o movimento social. Erra-se menos quanto mais se ouve”, completou o ministro.
Em relação a um possível temor do meio empresarial e financeiro de que se afaste dos compromissos iniciais, Haddad disse que não sabe “de onde saiu esse tipo de rumor”.
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“Muita gente ganha com a volatilidade do mercado”, disse o ministro da Fazenda. “Nosso papel é comunicar bem para mitigar efeitos desse tipo de boataria que prejudica o pequeno poupador.”
Haddad afirmou, ainda, que Lula retornou ao poder ansioso por responder aos anseios sociais, mas salientou que esse objetivo não impediu o presidente de aceitar o novo arcabouço fiscal. “A ansiedade dele é a expressão da ansiedade do país”, concluiu o ministro.
(Com Estadão Conteúdo)