PL e PT lideram ranking do “fundão eleitoral”; veja quanto cada partido receberá

Somados PL, PT e União Brasil, o “top 3” da lista do “fundão eleitoral”, representam mais de 40% do valor total de quase R$ 5 bilhões em recursos destinados às campanhas eleitorais deste ano

Fábio Matos

Edifício-sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Edifício-sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as duas forças que vêm polarizando a política brasileira nos últimos anos, são as legendas que lideram o ranking do chamado “fundão eleitoral” de R$ 5 bilhões, de acordo com dados divulgados, na segunda-feira (17), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ao todo, segundo a Justiça Eleitoral, 29 partidos brasileiros com registro no TSE receberão R$ 4,961 bilhões do chamado Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), para gastos com as campanhas municipais deste ano.

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Os valores e critérios de divisão foram determinados pelo Congresso Nacional e são proporcionais ao desempenho de cada partido nas últimas eleições, em 2022.

Para receber os recursos, as legendas têm de definir critérios de distribuição aos candidatos, de acordo com a legislação – respeitando, por exemplo, as cotas raciais e de gênero. Esses critérios são homologados pelo TSE.

O PL, de Bolsonaro, aparece na liderança do ranking, com R$ 886 milhões para distribuir entre seus candidatos no pleito de outubro. Em segundo lugar, aparece o PT, com R$ 620 milhões.

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O partido de Lula integra uma federação com PCdoB e PV. Juntos, as três siglas somam R$ 721 milhões.

O terceiro colocado na lista do “fundão eleitoral” é o União Brasil, legenda que resultou da fusão entre os antigos PSL e Democratas. O partido receberá R$ 537 milhões.

Somados PL, PT e União Brasil, o “top 3” da lista do “fundão eleitoral”, representam mais de 40% do valor total de quase R$ 5 bilhões.

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Nas últimas eleições municipais, em 2020, os partidos receberam R$ 2 bilhões do fundo eleitoral – menos da metade dos recursos a que têm direito em 2024.

Além do “fundão eleitoral”, as legendas ainda contam com R$ 1,24 bilhão em verbas do fundo partidário.

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Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a doação de empresas às campanhas eleitorais, sob o argumento de que as doações do setor privado desequilibravam a disputa. Até aquele ano, grandes companhias, como bancos e construtoras, eram as principais responsáveis pelo financiamento dos candidatos nas eleições.

Em nota, o TSE afirmou que o papel do tribunal é “dar racionalidade e transparência aos critérios de distribuição definidos pelos congressistas”. “Ao final do pleito, os partidos deverão apresentar a prestação de contas detalhada, que será examinada e votada pelo plenário do tribunal”, afirma a corte.

Veja quanto cada partido receberá:

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PartidoValor do fundo eleitoral (em R$)
PLR$ 886.839.487,85
PT/PCdoB/PVR$ 721.112.831,23
União BrasilR$ 536.557.338,93
PSDR$ 420.971.570,08
PPR$ 417.291.696,27
MDBR$ 404.603.269,54
RepublicanosR$ 343.901.521,34
PodemosR$ 236.660.900,06
PSDB/CidadaniaR$ 208.208.200,53
PDTR$ 172.962.508,38
PSOL/RedeR$ 162.794.314,74
PSBR$ 147.637.680,85
SolidariedadeR$ 88.586.729,91
AvanteR$ 72.585.298,78
PRDR$ 71.877.097,90
NovoR$ 37.133.690,61
PRTBR$ 3.421.737,78
MobilizaR$ 3.421.737,78
AgirR$ 3.421.737,78
DCR$ 3.421.737,78
PCBR$ 3.421.737,78
PMBR$ 3.421.737,78
UPR$ 3.421.737,78
PSTUR$ 3.421.737,78
PCOR$ 3.421.737,78
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”