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Assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), celebrou nesta sexta-feira (1º) o crescimento de 2,9% da economia brasileira em 2023.
De acordo com dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ficou estável (0%) no quarto trimestre do ano passado em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Na comparação com o mesmo período de 2022, a alta foi de 2,2%. Com isso, a economia do país fechou 2023 com expansão de 2,9%.
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Em entrevista coletiva no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo, Haddad disse que o resultado do PIB foi bem melhor do que as projeções que eram feitas no início do terceiro mandato de Lula.
“Fazendo um retrospecto do ano passado, o PIB veio bem acima do que nós esperávamos. Esperávamos um PIB superior a 2% no começo do ano passado. Nós quase chegamos a 3% de crescimento”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, “o ano de 2023 foi surpreendendo”. “Muita gente imaginava que, em virtude da política monetária muito restritiva, o PIB do segundo semestre iria cair. Houve aposta de que haveria uma desaceleração a ponto de termos uma pequena retração na economia”, recordou.
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“A economia desacelerou, a taxa de juros continua entre as mais altas do mundo, mas não o suficiente para nos tirar do entorno dos 3%. Fechar em 2,9% é bastante positivo para o Brasil. Passa para o mercado nacional e internacional e para o cidadão uma confiança na economia brasileira”, destacou Haddad.
Na entrevista, o ministro da Fazenda reiterou a projeções da pasta em relação ao desempenho do PIB em 2024. A estimativa atual, diz Haddad, está mantida em 2,2%.
Investimentos
Apesar do bom resultado do PIB no ano passado, Haddad chamou atenção para a necessidade de um aumento no nível de investimento na produção, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o aumento de bens de capital das empresas. Esse índice permanece em patamares baixos.
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“Nós precisamos de investimento para fazer a economia rodar. No ano passado, não foi o investimento que puxou o investimento. Foi produção agrícola, consumo das famílias, consumo do governo, exportações… O investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução”, reconheceu Haddad. “Nós queremos criar um ambiente de negócios necessário para que os empresários invistam fortemente.”
O ministro da Fazenda voltou a destacar a importância de que o Congresso Nacional trabalhe junto com o Executivo para que a agenda econômica avance também neste ano.
“Temos um bom espaço para crescer neste ano se continuarmos com o Congresso ouvindo a Fazenda, negociando os projetos, para ir corrigindo as contas públicas, que estavam totalmente desorganizadas”, disse Haddad. “Temos de fazer a agenda de reformas andar, tanto as agendas microeconômicas quanto as medidas fiscais para equilibrar as contas.”
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Reforma tributária
Haddad também demonstrou otimismo em relação à regulamentação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. A equipe econômica deve enviar ao Parlamento uma série de projetos de lei que regulamentam inúmeros pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no fim do ano passado.
“Nós tomamos a providência de elaborar um projeto de regulamentação da reforma tributária já conversado com estados e municípios, já com um grau de detalhamento e consenso bastante grande”, afirmou Haddad.
“Acreditamos que vamos aprovar a regulamentação neste ano. E a reforma terá o seu curso definido normalmente.”
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Campos Neto
Nesta manhã, Haddad esteve reunido, no escritório da Fazenda em São Paulo, com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Nesta semana, ambos representaram o Brasil na reunião ministerial da Trilha das Finanças do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana), na capital paulista.
“Foi uma conversa longa sobre muitos assuntos: CMN [Conselho Monetário Nacional], PIB, inflação… De vez em quando, a gente se reúne para fazermos uma avaliação dos próximos passos”, limitou-se a dizer Haddad, sem dar maiores detalhes sobre a conversa.