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A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai investigar o envolvimento de militares por envolvimento na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, informou a assessoria do órgão.
A determinação ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter decidido que cabe à corte investigar e julgar militares pelos atos violentos antidemocráticos de bolsonaristas radicais em Brasília, e não à Justiça Militar.
Moraes foi provocado a se manifestar pela Polícia Federal em meio a cobranças feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por aliados de punição a militares por envolvimento nos ataques golpistas.
Segundo a PGR, informações sobre investigações que vinham sendo conduzidas pelo Ministério Público Militar (MPM) sobre integrantes das Forças Armadas chegaram ao órgão na sexta-feira.
Essas apurações foram encaminhadas ao grupo de trabalho comandado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que foi designado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para cuidar do caso.
Procurado, o Exército não respondeu de imediato a pedido de comentário sobre a determinação da PGR.
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No mês passado, a Reuters mostrou, com base em dados, uma demora no avanço das investigações do MPM sobre os militares. Na ocasião, haviam sido abertas 15 investigações ligadas a atos ligados ao 8 de janeiro envolvendo a atuação de militares em Brasília, sendo que a maioria delas, 11, eram notícias de fato, fase preliminar de apuração.
Apenas um caso envolvia a suposta omissão de generais militares no caso, conduzido pelo procurador-geral de Justiça Militar, Antônio Pereira Duarte. Em entrevista à Reuters na ocasião, ele disse que não haveria “caça às bruxas” na investigações dos atos violentos do 8 de janeiro, destacando que seu papel é evitar ser “leviano” nas acusações para não incorrer em abuso de autoridade.
A manifestação de Duarte ocorreu na semana em que o Diretório Nacional do PT havia aumentado a pressão sobre a investigação de integrantes das Forças Armadas aprovando uma resolução em que cobra a responsabilidade de todos envolvidos nos ataques, “inclusive militares”.