PF marca depoimento de militar investigado por tramar morte de Lula, Alckmin e Moraes

Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo é o único dos cinco presos pela PF que não figura na lista dos 37 indiciados por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa

Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Foto: Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Foto: Agência Brasil)

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A Polícia Federal (PF) marcou para a próxima quinta-feira (30) o depoimento do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, um dos militares das Forças Especiais do Exército presos na última terça-feira (19) por supostamente tramarem o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação é da jornalista Camila Bomfim, da TV Globo.

Azevedo é o único dos cinco presos pela PF que não figura na lista dos 37 indiciados pela corporação pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa

Além dele, foram presos pelo plano de assassinato o general da reserva Mário Fernandes, os tenentes-coronéis Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, além do agente da PF Wladimir Matos Soares. A expectativa é que ele passe a ser o 38º da lista depois de seu depoimento.

Os militares e o agente da PF foram presos na esteira da Operação Contragolpe, que identificou um “detalhado planejamento operacional” chamado “Punhal Verde e Amarelo”, previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e Alckmin. O plano também incluía a execução de Moraes, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado. 

A PF entende que o militar “associou-se à ação clandestina que tinha a finalidade de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes, empregando técnicas de anonimização para se furtarem à responsabilidade criminal, visando consumar o golpe de Estado”. A anonimização consistia em usar técnicas, telefones, codinomes para esconder a participação no esquema.

O relatório da corporação com o nome dos indiciados foi entregue ao STF na última quinta-feira (21). Além dos envolvidos no planejamento de assassinato, consta na lista o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os generais Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na chapa derrotada em 2022), Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército) e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército).

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Também estão na lista o ex-comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos; o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto; o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid; e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O relatório aponta que Bolsonaro sabia do plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, em 2022. Além de mensagens de celular, vídeos, gravações, depoimentos da delação premiada do tenente-coronel Cid, há uma minuta de um decreto golpista, que, de acordo com a PF, foi redigida e ajustada por Bolsonaro.