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Correção: a assessoria de imprensa da J&F informou que apenas Wesley Batista – da J&F – foi depor espontaneamente, e não Wesley e Joesley, como anteriormente informado.
SÃO PAULO – A Polícia Federal deflagra na manhã desta segunda-feira (5) a Operação Greenfield, que cumpre 106 mandados de busca e apreensão, 34 mandados de condução coercitiva e 7 mandados de prisão temporária, sendo alvos 74 pessoas físicas e 38 jurídicas. No total, participam da operação cerca de 560 policiais federais, 12 inspetores da CVM, 4 procuradores federais da CVM, 8 auditores da Previc e 7 procuradores da República.
A Operação investiga crimes de gestão temerária e fraudulenta em quatro dos maiores fundos de pensão do país: Funcef, Petros, Previ e Postalis. A sede da Eldorado Brasil – empresa do grupo J&F, de Joesley Batista e controladora da JBS– em São Paulo também é alvo. Wesley Batista, um dos sócios controladores da J&F, holding detentora da JBS, foi levado para prestar depoimento na Polícia Federal de São Paulo; de acordo com a assessoria da empresa, prestou depoimento de forma voluntária. Já Joesley Batista, diretor presidente da holding J&F, está nos Estados Unidos, diz a assessoria.
“A respeito da presença da Polícia Federal hoje nas sedes da J&F e da Eldorado por ocasião da operação Greenfield e que investiga os investimentos dos fundos de pensão por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações), a empresa esclarece que os investimentos feitos pela Petros e Funcef na Eldorado foram de R$ 550 milhões no ano de 2009. De acordo com ultimo laudo independente (Deloitte) emitido em dezembro de 2015, a participação dos fundos atualizada é de R$ 3 bilhões, ou seja 6 vezes o valor investido inicialmente. A J&F e seus executivos esclarecem que colaboram com as investigações e estão à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários”, informou a assessoria do grupo J&F em nota.
Já na tarde desta segunda-feira, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decretou sete medidas cautelares a 40 investigados na Operação Greenfield. A ordem judicial mais contundente impõe aos alvos afastamento imediato dos Fundos de Pensão, de empresas e dos mercados financeiros e de capitais. Dentre as quarenta pessoas alvos da medida cautelar, estão Joesley Batista e Wesley Batista.
“Essas medidas alternativas à prisão me parecem que, por ora, são suficientes para minimizar ou fazer cessar as atividades ilícitas e salvaguardar a ordem pública e econômica e em benefício de eventual aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal (investigação)”, decretou o juiz.
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A Operação
A ação foi ancorada em dez casos revelados a partir do exame das causas dos déficits bilionários apresentados pelos fundos de pensão. A PF identificou os seguinte núcleos: empresarial, de dirigente de fundos de pensão, de empresas avaliadoras de ativos e o de gestores e administradores dos FIPs. A PF não irá conceder entrevista coletiva.
A Operação determinou o sequestro e o bloqueio de 90 imóveis, 139 automóveis, uma aeronave, além de valores em contas bancárias, cotas e ações de empresas e títulos mobiliários. A ordem judicial também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 investigados. Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília e a operação ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas e no Distrito Federal.
“A decisão judicial ainda determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas que são alvos da operação no valor aproximado de R$ 8 bilhões”, informou a PF.
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O executivo Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, foi alvo de mandado de condução coercitiva da Operação; ele também é investigado na Lava Jato por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. A PF também faz buscas pela operação de hoje na casa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, outro que também é alvo da Lava Jato.
Em Brasília foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, seis de condução coercitivas e cinco de prisão temporária. No estado de São Paulo, a Justiça expediu 46 mandados de busca e apreensão, 18 conduções coercitivas e uma prisão temporária a serem cumpridos na capital, em Santos e em Campinas. No estado do Rio, a operação cumpre 31 mandados de busca e apreensão, oito conduções coercitivas e uma prisão temporária.
Em Vila Velha, no Espírito Santo, a operação cumpriu um mando de busca e apreensão e um de prisão temporária. Na Bahia, foram expedidos um mandado de busca e apreensão e um de condução coercitiva em Salvador e um de busca e apreensão em Ilheus.
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A Justiça expediu ainda um mandado de busca e apreensão em Curitiba, no Paraná; três de busca e apreensão, um de condução coercitiva e um de prisão temporária em Florianópolis, Santa Catarina; além de dois de busca e apreensão e um de condução coercitiva em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Por fim, no Norte do país a polícia cumpre dois mandados de busca e apreensão em Manaus, no Amazonas. O número de mandados em termos absolutos diverge do número total de alvos por que vários alvos tiveram medidas cumpridas em mais de um endereço.