PF cumpre busca e apreensão em endereços da Precisa a pedido da CPI da Covid

"Operação destina-se à busca e apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa e a empresa Bharat Biotech", diz nota de membros da CPI

Reuters

Publicidade

SÃO PAULO, 17 Set (Reuters) – A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira mandados de busca e apreensão em endereços da Precisa Medicamentos em São Paulo, em atendimento a determinação do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que aceitou pedido feito pela CPI da Covid no Senado, informou a cúpula da comissão de inquérito em nota.

“A operação destina-se à busca e apreensão de informações relativas ao contrato entre a Precisa Medicamentos e a empresa indiana Bharat Biotech, assim como todos os documentos relacionados a este contrato”, afirma a nota assinada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

“A CPI buscou de todas as formas obtenção dessas informações junto à empresa e ao Ministério da Saúde, não obtendo êxito. Devido a isso, se fez necessária a utilização deste instrumento judicial.”

Continua depois da publicidade

Entre as linhas de apuração da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no Senado estão as tratativas do Ministério da Saúde para compra da vacina contra Covid-19 Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que tinha como representante no Brasil a Precisa Medicamentos.

Em depoimento à comissão, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e o irmão dele Luís Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, afirmaram que alertaram o presidente Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidades nas tratativas com a Precisa para a compra da Covaxin.

O parlamentar disse ter ouvido de Bolsonaro que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), estava envolvido. Barros nega qualquer irregularidade. Bolsonaro jamais desmentiu o relato de Miranda.

Continua depois da publicidade

Após as denúncias, o contrato para compra da Covaxin –para o qual haviam sido empenhados 1,6 bilhão de reais no orçamento do governo– foi cancelado pelo Ministério da Saúde e a Bharat cancelou o acordo que tinha com a Precisa.

Procurada, a Precisa Medicamentos não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a ação da PF.