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SÃO PAULO – “O passado está no passado”. A frase abre o relatório do Bank of America Merrill Lynch acerca da Petrobras (PETR4, PETR3), no qual os analistas reiteram sua recomendação de compra à estatal, com base na premissa de que investidores abandonem temores ultrapassados e olhem à frente.
Segundo Frank McGann e Conrado Vegner, dupla de analistas que assina o relatório do BofA divulgado na última segunda-feira (18), o momento é oportuno para apostar nos papéis preferenciais da Petrobras, negociados a múltiplos bastante atrativos na bolsa, especialmente frente às boas perspectivas da companhia.
“Esperamos que os lucros e produção da Petrobras ultrapassem os reportados por suas concorrentes globais nos próximos anos, impulsionados por crescimento produtivo acima da média e pelo preço do petróleo, que deve permanecer forte”, afirmam McGann e Vegner.
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A projeção da dupla toma como base a expectativa dos analistas de commodities do Bank of America Merrill Lynch, que acreditam que o atual cenário macroeconômico no mundo, marcado por ampla liquidez e pela expectativa de mais flexibilização monetária por vir, possa trazer maior tendência de alta ao preço do petróleo no ano que vem, “mesmo que a demanda siga fraca”.
Antigas tensões
Desde o começo do ano, as ações preferenciais da Petrobras caíram mais de 26%, tomando por base as cotações de fechamento do pregão da última quinta-feira. Neste mês de outubro, o recuo é de 3,3%. Na visão dos analistas do BofA, não há mais motivos para que os ativos sigam penalizados no mercado.
Para McGann e Vegner, grande parte das tensões que seguem se abatendo sobre a empresa “está no passado”. “Para nós, não faz mais sentido focar na capitalização, um evento que já ficou para trás. Acreditamos que os investidores deveriam olhar para frente e serem mais otimistas, atentando para as perspectivas de crescimento e os valuations”, dizem.
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Por sua vez, as preocupações do mercado quanto aos recentes investimentos feitos pela Petrobras no segmento de refinarias não são de todo infundadas. Mas para a equipe, “tais gastos, embora permaneçam um risco, devem ter sua importância cada vez mais reduzida daqui para frente”.
Riscos políticos: existentes, mas pequenos
Em tempos de eleições presidenciais, é comum papéis de companhias estatais sofrerem certa pressão na bolsa. “A Petrobras, como qualquer entidade controlada pelo governo, está sempre sujeita a algum risco político”, reconhecem os analistas, que entretanto, ponderam: “tais riscos são atualmente pequenos, devido a uma série de fatores”.
Na visão da dupla de analistas, o resultado da disputa pelo Palácio do Planalto, com uma vitória da candidata petista Dilma Rousseff ou do tucano José Serra, pouco influenciará o programa de investimentos da Petrobras, já bem definido em seu Plano Estratégico.
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Paralelamente, a equipe do BofA Merril Lynch reconhece que mudanças na diretoria da estatal são, mais que possíveis, previstas, como geralmente acontece após eleições presidenciais no Brasil. “Após oito anos com Gabrielli à frente da empresa, a perspectiva de mudança pode trazer certa apreensão ao mercado”, preveem os analistas. No entanto, “duvidamos que quaisquer alterações neste sentido modifiquem o programa geral de crescimento da Petrobras”, concluem.