Pesquisa mostra que quase 55% dos brasileiros aprovam volta do horário de verão

Segundo o estudo do Reclame Aqui e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, 25,8% se mostraram totalmente contrários; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários

Equipe InfoMoney

Horário de verão pode ser retomado no Brasil (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Horário de verão pode ser retomado no Brasil (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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Um levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que o horário de verão é bem visto pela maioria das pessoas.

De acordo com a pesquisa, feita com 3 mil pessoas, 54,9% dos entrevistados são favoráveis à mudança nos relógios ainda neste ano. Deste total, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis.

Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.

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Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.

No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis; e, no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança – com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.

Para 43,6% dos entrevistados, a mudança no horário ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a medida não traz economia e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

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Por regiões

Segundo a pesquisa da Abrasel, a Região Sul é a que apresenta maior parcela da população (47,7%) que acredita que o adiantamento do relógio resulta em economia de recursos.

Para 51,8%, a mudança do horário é benéfica para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Já 32,7% dizem não ver vantagem, e 15,5% afirmam não ter opinião formada.

A pesquisa revela, ainda, que, para 41,7%, a cidade onde moram fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigorando. “Apenas 9,4% disseram que fica [a cidade] menos atrativa, enquanto 43,6% não sentem diferença”, diz o levantamento.

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O estudo mostra também que as pessoas se sentem mais seguras durante os períodos em que o horário de verão é adotado, em especial com relação ao horário de saída para o trabalho. Segundo a pesquisa, 35,2% se sentem mais seguros com a mudança, enquanto 19,5% se dizem menos seguros. Para 41,9% a mudança não traz influência.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos, considerando um nível de confiança de 95%.

Decisão nas mãos de Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve definir ainda nesta semana se o horário de verão voltará a ser adotado ou não no país.

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De acordo com auxiliares do presidente, a decisão está nas mãos de Lula e deve ser tomada nos próximos dias. A proposta de retomar o horário de verão foi sugerida por integrantes do governo em um momento no qual o país enfrenta uma das piores e mais prolongadas secas de sua história, que vem afetando diversas regiões.

A seca diminui o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que são a maior fonte de energia elétrica do Brasil. Com o calor excessivo, o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado também cresce, o que eleva o consumo de energia.

O horário brasileiro de verão foi extinto em 2019, no primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob a alegação – sustentada até hoje por diversos especialistas – de que a economia de energia era baixa e não justificava a medida.

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No horário de verão, é necessário adiantar o relógio em uma hora nos meses de verão – quando, em geral, faz mais calor e há luz natural por um período prolongado.

Desta forma, quando grande parte da população chega em casa após o trabalho, diminui a necessidade de se ligar aparelhos como lâmpadas elétricas, o que pode reduzir a demanda.

Nas cidades, o acionamento da iluminação pública urbana também ocorre mais tarde do que o habitual, o que alivia a carga.

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Para bater o martelo, Lula está aguardando os estudos finais levados a cabo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). A palavra final será do presidente da República.

Ministro dá sinal verde

Na segunda-feira (16), em entrevista à Rádio Itatiaia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), admitiu que a pasta deve recomendar a Lula a volta do horário de verão.

“O horário de verão passa a ser uma realidade muito premente. Temos de aumentar a segurança do Sistema Interligado Nacional e planejar 2026”, afirmou Silveira. “Não temos tempo para decretar [no curto prazo], mas temos um bom tempo para planejar o início do horário de verão. E, se for acontecer, vai ser de forma muito bem planejada.”

(Com Agência Brasil)