PEC das Drogas: deputados da base do governo Lula conseguem adiar votação na CCJ

Parlamentares do PSOL e do PV pediram vista (mais tempo para análise do projeto), e a sessão da CCJ da Câmara foi interrompida; tema deve voltar à pauta do colegiado na semana que vem

Fábio Matos

Sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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A votação da Proposta de Emenda à Constituição que criminaliza a posse e o porte de drogas ilícitas em qualquer quantidade (PEC 45/2023), que estava marcada para esta terça-feira (4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, foi adiada.

Deputados que integram a base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiram o adiamento. Parlamentares do PSOL e do PV pediram vista (mais tempo para análise do projeto), e a sessão foi interrompida.

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A tendência é a de que a PEC seja votada na comissão apenas na semana que vem.

Em abril, o projeto foi aprovado na CCJ do Senado. A questão do porte de drogas também está sendo analisada em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), também interrompido por pedido de vista. Até o momento, o placar no STF é de 5 votos a 3 pela descriminalização da posse e do porte da maconha.

A Lei de Drogas (Lei 11.343, de 2006) determina punição com medidas educativas e prestação de serviços à comunidade para quem adquirir, guardar e transportar maconha e outras drogas “para consumo pessoal”. No placar do STF, os 5 votos são para declarar inconstitucional a criminalização do porte de maconha para o uso pessoal. Os outros três votos dos ministros consideram válida a regra da Lei de Drogas.

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Sessão na CCJ

O relator da matéria na CCJ da Câmara, deputado Ricardo Salles (PL-SP), não fez nenhuma alteração no texto aprovado pelos senadores, para dar celeridade ao andamento do projeto no Congresso.

Durante a sessão desta terça, no entanto, deputados de partidos de esquerda atuaram para obstruir a votação. Isso foi feito por meio da apresentação de requerimentos de retirada de pauta e adiamento da discussão. Houve bate-boca entre governistas e oposicionistas.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”