Para 68%, governo do RS tem “muita responsabilidade” por tragédia, diz pesquisa

Em relação ao governo federal, 59% dizem ver muita responsabilidade, ao passo que 24% veem pouca e 17%, nenhuma; atuação de União, estado e municípios no enfrentamento às enchentes, entretanto, é aprovada

Fábio Matos

Vista aérea de área inundada perto do rio Taquari, na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul - 01/05/2024 (Reuters/Diego Vara)
Vista aérea de área inundada perto do rio Taquari, na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul - 01/05/2024 (Reuters/Diego Vara)

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O governo do Rio Grande do Sul tem “muita responsabilidade” pela tragédia climática que vem assolando o estado desde o fim de abril. Esta é a avaliação de quase 7 de cada 10 entrevistados pela pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (9), que mediu a percepção dos brasileiros sobre os desastrosos acontecimentos em território gaúcho.

Segundo o levantamento, 68% dos entrevistados apontam muita responsabilidade para o governo do estado, enquanto 20% dizem que a gestão tem “pouca responsabilidade” e 12%, que não tem “nenhuma responsabilidade”pela tragédia.

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Em relação ao governo federal, 59% dizem ver muita responsabilidade, ao passo que 24% veem pouca e 17%, nenhuma.

Já quando perguntados sobre a atuação das prefeituras das cidades gaúchas, 64% dos entrevistados dizem que elas têm muita responsabilidade sobre o desastre. Para 20%, tem pouca e, para 16%, nenhuma.

A pesquisa da Quaest também perguntou ao público se mais investimentos em infraestrutura poderiam ter evitado a tragédia no Rio Grande do Sul. Para 70%, a resposta foi positiva, enquanto 30% disseram que o desastre seria inevitável, mesmo com mais investimentos.

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Atuação positiva após a tragédia

Apesar de atribuir muita responsabilidade aos governos estadual, federal e municipais, a maioria dos brasileiros avalia como positiva a atuação dos entes no enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.

Para 59% dos entrevistados, a prefeitura de Porto Alegre vem agindo bem, enquanto 54% aprovam a atuação do governo do estado e 53%, a do governo federal.

De acordo com a pesquisa, os brasileiros também avaliam de forma positiva a atuação da população local (88%), de artistas e influenciadores (73%), de lideranças locais (72%), das igrejas (70%) e das empresas (65%).

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Mudanças climáticas

O levantamento da Quaest também mostrou uma relação direta entre a percepção sobre as enchentes e a conscientização a respeito das mudanças climáticas. Para 64%, essa ligação é total, enquanto 30% dizem que é parcial – ou seja, 94% dos brasileiros reconhecem os efeitos das mudanças climáticas no país.

Segundo 96% dos entrevistados, os fenômenos climáticos mais severos têm aumentado, em intensidade e frequência, nos últimos anos – uma avaliação quase unânime, portanto.

A pesquisa

A pesquisa Genial/Quaest ouviu, presencialmente, 2.045 brasileiros de 16 anos de idade ou mais, em todos os estados do país. O grau de confiabilidade do levantamento é de 95%, e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”