“Onda Marçal” toma conta do eleitorado bolsonarista em São Paulo, mostra Datafolha

De acordo com o Datafolha, Marçal lidera com folga as intenções de voto entre os eleitores de Bolsonaro na capital, com 44%, ante 30% de Nunes. Na pesquisa anterior, o candidato do PRTB tinha 29%, e o prefeito, 38%

Fábio Matos

Pablo Marçal (PRTB) foi candidato à prefeitura de São Paulo (SP) (Foto: Reprodução/X)
Pablo Marçal (PRTB) foi candidato à prefeitura de São Paulo (SP) (Foto: Reprodução/X)

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A pesquisa divulgada no fim da tarde desta quinta-feira (22) pelo Datafolha mostrou que o candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP0, Pablo Marçal, cresceu 7 pontos percentuais em apenas 2 semanas e agora aparece tecnicamente empatado com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) na liderança das intenções de voto.

Os dados estratificados do levantamento confirmam uma tendência que já havia sido detectada por pesquisas internas das campanhas de todos os candidatos na capital. O empresário e influenciador digital, fenômeno nas redes sociais, vem conseguindo galvanizar grande parte do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com isso, Marçal está tirando votos do prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição, que conta com o apoio formal tanto de Bolsonaro quanto de Tarcísio.

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De acordo com o Datafolha, Marçal lidera com folga as intenções de voto entre os eleitores de Bolsonaro na capital, com 44%, ante 30% de Nunes. Na pesquisa anterior, o candidato do PRTB tinha 29%, e o prefeito, 38%.

Já entre os eleitores de Tarcísio, Marçal pontua 41%, ante 28% de Nunes. No último levantamento, o empresário tinha 25% de apoio, em desvantagem em relação aos 42% de Nunes.

Marçal ganhou 7 pontos em 2 semanas

Segundo o levantamento, Marçal agora marca 21% das intenções de voto, no mesmo patamar de Boulos, que oscilou de 22% para 23%. Nunes, candidato à reeleição, caiu de 23% para 19% – mas ainda está tecnicamente empatado com os dois principais adversários. 

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Em seguida, aparece o jornalista José Luiz Datena (PSDB), que recuou de 14% para 10% das intenções de voto. Na sequência, vêm Tabata Amaral (PSB), que oscilou de 7% para 8%, e Marina Helena (Novo), que permaneceu com 4%. 

Segundo o Datafolha, 8% dos entrevistados disseram que pretendem votar em branco ou anular (ante 11% do levantamento anterior), enquanto 4% não souberam responder (eram 3% na última pesquisa).

O levantamento do Datafolha foi feito com 1.204 eleitores da cidade de
São Paulo, entre os dias 20 e 21 de agosto de 2024. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-08344/2024.

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Em choque com família Bolsonaro

Nas últimas horas, Pablo Marçal foi alvo de críticas e ironias do núcleo bolsonarista, em meio à sua tentativa de angariar apoio do eleitorado mais conservador, enfraquecendo a candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Em um comentário no Instagram, Marçal fez elogios ao ex-presidente da República e recebeu respostas irônicas tanto por parte de Jair Bolsonaro (PL) quanto do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em uma postagem publicada por Bolsonaro na qual o ex-presidente destacava investimentos de seu governo no setor ferroviário, Marçal escreveu: “Para cima deles, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós”.

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Bolsonaro, então, respondeu ao comentário do candidato do PRTB: “Nós? Um abraço.”

Marçal partiu, então, para a réplica, rebatendo o comentário de Bolsonaro. “Isso mesmo, presidente. Coloquei 100 mil na sua campanha, te ajudei com os influenciadores, te ajudei no digital, fiz você gravar mais de 800 vídeos. Por te ajudar, entrei para a lista de investigados da PF. Se não existe o nós, seja mais claro”, escreveu o candidato a prefeito de São Paulo. 

“Todos os nossos desentendimentos foram justamente porque fui candidato a presidente, e nós dois já resolvemos durante a eleição […] E Se quiser me excluir do nós, te peço humildemente que devolva os 100 mil que investi na sua campanha, porque a minha candidatura em São Paulo não tem dinheiro público. Agora, se o senhor não contribuir com a minha campanha, considere o nós como realidade”, completou Marçal.

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Em outro comentário, Eduardo Bolsonaro entrou na discussão. “Estranho. Em 2022, você [Marçal] disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha um dedo a menos. Só acordou agora? Está parecendo até o Mourão”, escreveu o deputado.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”