Nunes, Datena e Boulos têm empate triplo em SP, mas prefeito venceria no 2º turno

Das 6 simulações de primeiro turno feitas pela pesquisa Genial/Quaest, Nunes só lidera sem concorrência quando Datena, Marçal e Kataguiri estão fora da disputa

Marcos Mortari

Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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A 68 dias das eleições municipais, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) estão tecnicamente empatados na disputa pela prefeitura de São Paulo, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira (30).

O levantamento, realizado entre os dias 25 e 28 de julho, mostra que, em cenário estimulado (ou seja, quando são apresentados nomes de candidatos aos entrevistados) de primeiro turno, Nunes (MDB), que tenta a reeleição, mantém a liderança numérica na corrida, com 20% das intenções de voto − 2 pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior, divulgada em junho.

Logo atrás, Datena e Boulos, com 19% cada. Em um mês, o primeiro variou positivamente 2 p.p., ao passo que o segundo escorregou na mesma proporção. Como a margem máxima de erro é de 3,1 pontos percentuais para cima ou para baixo, não é possível apontar os dois nomes que iriam ao segundo turno se a eleição fosse hoje.

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Na sequência aparece o coach e influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 12% das intenções de voto − uma oscilação positiva de 2 pontos percentuais em comparação com o desempenho de junho. Já a deputada federal Tabata Amaral (PSB) tem 5% (ante 6% em junho) − 2 p.p. a mais do que o também parlamentar Kim Kataguiri (União Brasil) e a economista Marina Helena (Novo).

Em outro pelotão aparecem Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres Junios (PSTU), cada um com 1% das intenções de voto. Pela margem de erro, ambos estão em condição de empate técnico com Tabata e Kataguiri. Já os candidatos Fernando Fantauzzi (DC) e João Pimenta (PCO) não pontuaram. Eleitores indecisos somaram 8% (ante 7%), ao passo que aqueles que indicam intenção em votar em branco, anular o voto ou não comparecer às seções representam 9% da amostra (eram 8% em junho).

A pesquisa Genial/Quaest testou um cenário alternativo de primeiro turno sem as candidaturas de Datena, Kataguiri, Senese, Altino, Fantauzzi e Pimenta. Neste caso, Ricardo Nunes lidera com 26% das intenções de voto (ante 28% um mês atrás). Já Boulos aparece com 23% (1 ponto a menos do que no último levantamento) − situação que mantém o quadro de empate técnico na disputa.

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Já Pablo Marçal tem 15% (oscilação positiva de 2 p.p.) − 7 pontos a mais do que Tabata Amaral, que oscilou de 10% para 8%. A parlamentar está tecnicamente empatada com Marina Helena, que manteve os 6% do levantamento anterior. Indicações de voto em branco, nulo ou abstenção somam 13% da amostra (ante 12%). Já os indecisos variaram de 7% para 9%.

A única situação em que não há empate técnico na liderança é quanto o nome de Pablo Marçal também é retirado da disputa. Neste caso, Ricardo Nunes sobe para 33% das intenções de voto e abre vantagem de 9 pontos percentuais sobre Guilherme Boulos. Já Tabata Amaral aparece com 9% nesta simulação − 1 p.p. a mais do que Marina Helena, o que significa que as duas estariam tecnicamente empatadas. Os “não votos” neste caso somariam 26% da amostra.

Além destes 3 cenários, foram testadas outras 2 situações em que Nunes mantém vantagem numérica de 2 p.p. sobre Boulos − distância dentro do limite da margem de erro, que não permite afirmações sobre quem terminaria a disputa na primeira posição, mas que indica altas chances de segundo turno.

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A pouco mais de 2 meses do pleito e antes mesmo do início do período de campanha, a maioria dos entrevistados (56%), no entanto, diz que a escolha de voto para prefeito em São Paulo é definitiva. Outros 56% admitem que podem mudar de opção caso algo aconteça, enquanto 2% não responderam.

Proporcionalmente, Boulos apresenta o maior contingente de eleitores que se dizem decididos sobre o voto (52%). Ele é seguido por Nunes (48%) e Marçal (42%). Já Datena é o candidato com maior proporção de apoiadores que admitem a possibilidade de mudar de nome ao longo da campanha (70%). Tabata vem na sequência (67%).

Além das simulações estimuladas, a pesquisa Genial/Quaest também testou a indicação de voto espontânea dos eleitores (ou seja, quando os entrevistadores não apresentam nomes de candidatos). Neste caso, Boulos aparece numericamente à frente com 9% (ante 10% em junho) − 1 p.p. a mais do que Nunes, que oscilou negativamente 1 ponto.

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Já Pablo Marçal foi de 3% em junho para atuais 4% − 1 p.p. a mais do que Datena, que não pontuou um mês atrás. Considerando a margem de erro de 3,1 pontos percentuais, todos os nomes citados aparecem em situação de empate técnico. Outros candidatos, juntos, somam 4% (ante 3%). Já os indecisos caíram de 72% para 68%, ao passo que os eleitores que dizem que votariam em branco, anulariam ou não compareceriam às respectivas seções eleitorais oscilaram de 4% para 5%.

A pesquisa espontânea é um instrumento utilizado pelos partidos e por especialistas para medir o nível de conhecimento dos eleitores sobre determinado candidato e a cristalização do apoio a ele. A tendência é que, com a evolução das campanhas e a aproximação das eleições (com o consequente maior engajamento dos eleitores), os nomes apareçam com mais força nos levantamentos espontâneos.

Segundo turno

Foram feitas 4 simulações de segundo turno. O nome de Ricardo Nunes é testado em 3 delas − e em todas sairia vencedor se disputa ocorresse hoje. O atual prefeito derrotaria Guilherme Boulos (45% a 32%), Pablo Marçal (46% a 22%) e Tabata Amaral (47% a 26%). Em um quatro cenário, Boulos aparece numericamente à frente de Marçal (37% a 33%), porém, a uma distância de apenas 4 pontos percentuais, que configura empate técnico.

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Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 1.002 eleitores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais entre os dias 25 e 28 de julho. Os dados foram coletados por meio da realização de entrevistas face a face por meio da aplicação de questionários estruturados.

Leia também: Quaest combina modelo tradicional de pesquisa eleitoral com inovações estatísticas; entenda a metodologia

O nível de confiança do levantamento é de 95% − o que significa que, se ele tivesse sido feito mais de uma vez e sob as mesmas condições e prazos, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro da margem máxima de erro, de 3,1 pontos percentuais.

A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral e protocolada sob o número SP-06142/2024 no dia 24 de julho.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.