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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez questão de demonstrar otimismo em relação à possível aprovação do acordo comercial entre União Europeia (UE) e o Mercosul, que vem sendo buscado há décadas, mas jamais se concretizou.
O presidente brasileiro concedeu uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira (25), após cumprir uma série de compromissos e agendas bilaterais paralelos à Assembleia Geral das Nações Unidas – como a reunião de ministros das Relações Exteriores dos países do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana).
Na conversa com os jornalistas, Lula foi questionado sobre as negociações em torno do acordo com a UE e afirmou que nunca esteve tão otimista com um desfecho positivo quanto neste momento.
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“Eu nunca estive tão otimista com o acordo entre UE e Mercosul. O Brasil está pronto para assinar o acordo. Agora a responsabilidade é toda da UE, e não do Brasil”, disse Lula.
“Durante 20 anos, se jogou a culpa nos países do Mercosul [pelo fato de o acordo não sair]. Nós estamos prontos e acho que vai sair o acordo”, completou Lula.
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Entenda
Costurado desde o fim dos anos 1990, o acordo comercial entre os dois blocos teve sua primeira etapa concluída em 2019, ainda sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, os termos passaram à fase de revisão por parte dos países envolvidos, mas pouco se avançou até aqui.
Líderes como o presidente da França, Emmanuel Macron (com quem Lula se reuniu em Nova York), se opõem ao acordo com o Mercosul, principalmente, por questões políticas domésticas. O tratado é visto com ceticismo na Europa, pois há preocupação com riscos de enfraquecimento do setor agrícola em vários países do bloco.
Segundo o governo francês, por exemplo, caso o acordo se concretize nos termos atuais, empresas francesas que seguem leis ambientais mais duras em seu país terão de competir com companhias que não estão submetidas aos mesmos padrões.
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Segundo Macron, um dos problemas do acordo entre Mercosul e UE é a falta de um compromisso mais claro relacionado à questão climática e à preservação da biodiversidade. Este foi um dos pontos mais abordados pelo presidente francês em um discurso na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em março deste ano.