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SÃO PAULO – Um jogo muito disputado, mas tecnicamente fraco. Na noite da última segunda-feira (31), as redes se mobilizaram para acompanhar a sabatina que o candidato à presidência do PSL, Jair Bolsonaro, enfrentou no tradicional “Roda Viva”, programa de entrevistas transmitido pela TV Cultura.
A “live”, vista por 1,6 milhão de pessoas no Facebook e um dos assuntos mais comentados no Twitter mundial, terminou com um empate entre entrevistador e entrevistados, em uma partida onde faltaram lances bonitos e sobraram caneladas de ambas as partes.
Apesar de Bolsonaro mostrar um despreparo em praticamente todos os temas que não envolvesse segurança pública, os entrevistados insistiram justamente em perguntas em que ele se mostrava mais à vontade para falar, avalia o economista Leonardo de Siqueira Lima.
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“Já quando o tema era políticas públicas ou economia, ele mais uma vez derrapou”, afirma, destacando o momento em que o parlamentar chegou a atribuir o aumento da mortalidade infantil a nascimentos prematuros e a cáries das gestantes.
Conforme aponta Juliano Griebeler, diretor de relações governamentais da Barral M. Jorge, as poucas perguntas sobre programas e medidas a serem implementadas foram respondidas de forma breve pelo candidato, sem qualificar ou aprofundar as respostas, como a questão do desemprego na área rural ou sobre suas propostas para a ciência e tecnologia.
Assim, avalia Gribeler, a dificuldade do candidato em responder a perguntas mais complexas e desenvolver raciocínio para exemplificar os pontos que busca demonstrar podem trazer problemas para Bolsonaro durante os debates na televisão.
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Por outro lado, afirma, a sua retórica objetiva e o fato de abordar temas sensíveis de forma direta pode fazer com que parte do eleitorado tenha uma identificação com o discurso que tem apresentado, de ser contra corrupção, mais enérgico nas medidas de segurança pública e colocar militares no poder. “Além do mais, tais falas costumam gerar mais repercussão na mídia do que falas ordinárias”, destaca Griebeler.
Assim, no saldo final, a impressão é de que, se as perguntas fossem mais técnicas e voltadas para o programa de governo, Bolsonaro não teria conseguido responder adequadamente, aponta.
Entretanto, levando a discussão para o campo de temas polêmicos, como fizeram, acabaram dando espaço para que ele respondesse questões que já está acostumado, afirma o diretor de relações governamentais da Barral.
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“No final, a avaliação tende a ser levemente positiva para Bolsonaro, levando em consideração que o esperado é ele ter um mau desempenho nas entrevistas ao vivo e desidratar. No Roda Viva, Bolsonaro conseguiu manter sua posição, sem aumentar o número de seguidores/eleitores mas respondendo o suficiente para manter o apoio atual”, conclui.
Desta forma, o candidato conseguiu passar por essa prova, enquanto mais uma o aguarda em breve: ele será sabatinado na próxima quinta-feira, a partir das 22h30, pela Central das Eleições, da GloboNews. Será mais uma oportunidade para o candidato, que conta com poucos segundos de TV na propaganda partidária, mostrar suas ideias para os eleitores.
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