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Na semana em que o Congresso Nacional retomou suas atividades após o recesso parlamentar do meio do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um aceno público ao Poder Legislativo e elogiou o comportamento da Câmara dos Deputados e do Senado Federal durante o seu governo.
Lula participou, nesta sexta-feira (2), em São Gonçalo do Amarante (CE), de uma cerimônia que marcou a sanção do projeto de lei que institui o Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (FIIS). Trata-se de um passo importante para a conclusão das obras da ferrovia Transnordestina, uma das prioridades da gestão petista. Com um traçado de 1.206 quilômetros de trilhos, a ferrovia liga o interior do Piauí aos portos do Pecém e Suape, em Pernambuco.
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“Eu tenho que agradecer ao Congresso Nacional, muitas vezes tão ofendido, destratado e avacalhado. O meu partido só tem 70 deputados de 513. Só tem 9 senadores de 81. Entretanto, até agora, a gente não perdeu um único projeto importante para este país porque a Câmara e o Senado têm votado coisas de acordo com as intenções do governo”, disse Lula.
O presidente da República afirmou, ainda, que mantém um diálogo aberto e respeitoso com os congressistas, independentemente de divergências político-partidárias.
“Os caras não votaram em mim, mas são deputados. Eu não tenho nada com eles, mas sou presidente da República”, afirmou Lula. O petista brincou com os ministros, ao dizer que muitos que compõem o primeiro escalão do atual governo não votaram nele nas eleições de 2022.
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“Eu não posso conversar só quem gosta de mim. Eu quero conversar com quem tem o poder de votar. E eu converso com todos, indistintamente”, afirmou Lula.
Neste segundo semestre, a grande prioridade do governo federal junto ao Congresso é a aprovação da regulamentação da reforma tributária. A primeira etapa do projeto já foi aprovada na Câmara dos Deputados, mas ainda depende da análise do Senado.
Com pouco tempo hábil em um ano de eleições municipais, o que normalmente diminui muito as atividades parlamentares, o governo espera que haja um esforço concentrado dos senadores para que essa regulamentação seja concluída até o fim de 2024.
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Transnordestina
Além da sanção do projeto que institui o FIIS, Lula também sancionou a lei que cria a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono. O Ministério dos Transportes faz parte do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e defende a incorporação do hidrogênio verde na matriz do setor.
Em seu discurso, o presidente da República disse que brigou “muito” para que a Transnordestina avançasse e lamentou o longo período de paralisação da obra.
“Todo dia tinha um problema. Era supressão vegetal, desapropriação de casa, um inferno.. Fizemos 33 reuniões. Imaginei que ela fosse inaugurada em 2012. Deixei a Presidência em 2010, voltei em 2023 e a ferrovia não foi feita”, criticou Lula.
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“As pessoas deste país precisam aprender uma lição prática. Muitas vezes, na hora em que o governo tem que decidir fazer uma obra, sempre aparece alguém dizendo que custa muito. E, por conta disso, a gente nunca para e pensa o quanto custa não fazer”, prosseguiu o presidente.
“Quando a gente se dispõe a fazer alguma coisa, a gente consegue. O papel do governo não é ficar vacilando, não é ficar brigando. Aquele investimento vai significar quanto de ganho depois de amanhã? Como podem deixar uma Transnordestina parada por 12 anos? As pessoas mediram as consequências disso?”, questionou Lula.
Transposição do São Francisco
Em seu pronunciamento, o presidente da República citou, ainda, a transposição do Rio São Francisco, outro projeto considerado importante para a região Nordeste do país. A transposição foi iniciada em 2007, durante o segundo mandato do petista no Planalto, e ainda não está totalmente concluída.
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“A seca é um fenômeno da natureza. A falta de solução é falta de caráter e de responsabilidade das pessoas que governaram este país durante tanto tempo. De governadores de estado e presidentes da República que ficavam criando frentes de trabalho a cada vez que tinha uma seca. Era frente de trabalho que não produzia nada para nada”, disse Lula.
Também participaram do evento, nesta sexta, os governadores do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e do Piauí, Rafael Fonteles (PT). Entre os ministros do governo Lula, estiveram presentes Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), além do líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).