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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, defendeu nesta segunda-feira (10) que a soltura de inocentes ou de pessoas com participação mínima nos atos de 8 de Janeiro pode contribuir para a pacificação do País.
“Na hora que você solta um inocente ou alguém que teve envolvimento pequeno, isso ajuda a pacificar. O País precisa disso. Ninguém aguenta mais esse radicalismo”, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Múcio reforçou a necessidade de dosimetria nas punições, diferenciando os envolvidos conforme o grau de responsabilidade.
“Tem gente que quebrou uma cadeira e tem gente que armou o golpe”, comparou.
Em outro momento, o ministro evitou classificar os ataques como tentativa de golpe, argumentando que, caso tenha ocorrido, “quem organizou deve pagar”, mas ponderando que havia manifestantes com diferentes níveis de envolvimento.
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou mais de 370 pessoas a penas que variam de 3 a 17 anos de prisão.
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Posição política e envolvimento de militares
O ministro ainda comentou sobre sua posição política e revelou que, antes de assumir o cargo, mencionou ter familiares que participaram de acampamentos em frente a quartéis.
“Em Pernambuco, sou visto como homem de esquerda; em Brasília, de direita. Sou de absoluto centro”, afirmou.
Questionado sobre a participação das Forças Armadas nos atos, Múcio sugeriu que não houve tentativa de golpe, pois os militares não aderiram à invasão.
A expectativa é de que nos próximos dias, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresente ao STF as primeiras denúncias contra militares suspeitos de envolvimento na trama.
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Até agora, a Polícia Federal já denunciou 40 pessoas, do que se diz braço político do plano, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As investigações sugerem que o plano previa até o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Sobre uma possível anistia aos envolvidos, Múcio afirmou que a decisão cabe ao Congresso, mas ponderou que a medida poderia ajudar a pacificar o País e reduzir a polarização.