MST invade fazenda em Minas Gerais e cobra governo Lula por reforma agrária

Liderado por mulheres do MST, grupo de 500 famílias ocupou uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG)

Fábio Matos

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu fazenda em Minas Gerais (Foto: Divulgação/MST)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiu fazenda em Minas Gerais (Foto: Divulgação/MST)

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Cerca de 500 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, na madrugada desta sexta-feira (8), uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Trata-se da primeira ocupação liderada pelo MST neste ano. Nas últimas semanas, o movimento tem subido o tom e criticado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela suposta lentidão para levar a cabo uma reforma agrária no país.

A ação é coordenada por um grupo de líderes mulheres do MST e faz parte da Jornada Nacional de Lutas, cujo lema é: “Lutaremos por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos”. A invasão ocorre no Dia Internacional da Mulher.

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De acordo com o grupo, a ocupação aconteceu por causa do não cumprimento da função social da terra. Os sem-terra alegam que a propriedade estava improdutiva e havia sido abandonada pelos donos.

Segundo a diretoria estadual do MST em Minas, cerca de 5 mil famílias estão acampadas no estado e aguardam o assentamento definitivo. O movimento afirma que há uma série de disputas fundiárias que ainda não foram resolvidas, como as que envolvem a fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, e a antiga usina de Ariadnópolis, em Campo do Meio.

Segundo informações do jornal Estado de Minas, a Polícia Militar (PM) foi acionada por volta das 6 horas. Ainda não há informações sobre as ações dos policiais no local.

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Críticas ao governo

A invasão da fazenda em Minas Gerais acontece dois dias depois de um duro discurso do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que ocupou a tribuna da Câmara para cobrar ações efetivas do governo Lula em prol da reforma agrária.

“Do jeito que está, a minha preocupação é que os movimentos sociais voltem a fazer ocupações de terra. E, fazendo as ocupações de terra, não vai caber nem a esta Casa nem ao governo criticar os movimentos. Já se passou mais de um ano de expectativa e espera pela reforma agrária, por assentamentos e pelos investimentos”, afirmou o parlamentar.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”