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Cerca de 500 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram, na madrugada desta sexta-feira (8), uma fazenda localizada no município de Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Trata-se da primeira ocupação liderada pelo MST neste ano. Nas últimas semanas, o movimento tem subido o tom e criticado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela suposta lentidão para levar a cabo uma reforma agrária no país.
A ação é coordenada por um grupo de líderes mulheres do MST e faz parte da Jornada Nacional de Lutas, cujo lema é: “Lutaremos por nossos corpos e territórios. Nenhuma a menos”. A invasão ocorre no Dia Internacional da Mulher.
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De acordo com o grupo, a ocupação aconteceu por causa do não cumprimento da função social da terra. Os sem-terra alegam que a propriedade estava improdutiva e havia sido abandonada pelos donos.
Segundo a diretoria estadual do MST em Minas, cerca de 5 mil famílias estão acampadas no estado e aguardam o assentamento definitivo. O movimento afirma que há uma série de disputas fundiárias que ainda não foram resolvidas, como as que envolvem a fazenda Nova Alegria, em Felisburgo, e a antiga usina de Ariadnópolis, em Campo do Meio.
Segundo informações do jornal Estado de Minas, a Polícia Militar (PM) foi acionada por volta das 6 horas. Ainda não há informações sobre as ações dos policiais no local.
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Críticas ao governo
A invasão da fazenda em Minas Gerais acontece dois dias depois de um duro discurso do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que ocupou a tribuna da Câmara para cobrar ações efetivas do governo Lula em prol da reforma agrária.
“Do jeito que está, a minha preocupação é que os movimentos sociais voltem a fazer ocupações de terra. E, fazendo as ocupações de terra, não vai caber nem a esta Casa nem ao governo criticar os movimentos. Já se passou mais de um ano de expectativa e espera pela reforma agrária, por assentamentos e pelos investimentos”, afirmou o parlamentar.