Mercadante: Fundo para financiar integração regional terá US$ 10 bilhões no total

Projeto e pacote de financiamento foram anunciados durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e de Estados Associados, no Rio

Estadão Conteúdo

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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A ministra do Planejamento e Orçamento (MPO), Simone Tebet, e o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, apresentaram, nesta quinta-feira (7), o PAC Integração – projeto de integração regional da América do Sul, que terá cinco rotas e financiamento de US$ 10 bilhões. Do total, US$ 3 bilhões virão do BNDES; US$ 3 bilhões, do CAF; US$ 3,4 bilhões, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e US$ 600 milhões do Fonplata, informou Mercadante.

O projeto e o pacote de financiamento foram anunciados durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e de Estados Associados, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Lula e outras autoridades regionais.

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou que os países estão empenhados em fortalecer o processo de integração regional. “Vamos ajudar com financiamento e também com estruturação de projetos. Agora há estratégia coordenada”, disse, frisando que a instituição vai participar com cerca de R$ 17 bilhões para os projetos nas cinco rotas de integração.

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Simone Tebet informou ainda que nesta sexta-feira (8) começam as tratativas com países sócios dos bancos de fomento envolvidos. Do lado brasileiro, já há recursos assegurados, disse a ministra. “Chegamos a 124 obras relacionadas às rotas, que já estão no PAC, portanto com orçamento para serem iniciadas ou continuadas.”

As rotas de integração são “sonhos de década” e que 11 estados brasileiros serão beneficiados, disse Tebet, frisando que uma das rotas já existe parcialmente na região Sul. “Outras duas rotas (Sul e Capricórnio) acreditamos que podemos entregar até 2026. A integração regional tem data para começar, mas não tem prazo para terminar.”

Mercadante afirmou que o projeto prevê estradas, ferrovias, hidrovias, pontes. Disse ainda que o BNDES vai financiar projetos da fronteira brasileira para dentro. “Outros bancos vão financiar da fronteira para fora.” Além disso, informou que os valores aportados pelo banco de fomento brasileiro se aplicarão a financiamentos nos próximos três anos.

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A Rota 1 liga o Amapá, Roraima, Pará e Amazonas à Guiana e à Venezuela. A Rota 2 abrange Pará, Amazonas, Colômbia e Equador. A Rota 3 liga Mato Grosso a Peru, Bolívia e Chile. A Rota 4 inclui Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando a Argentina, Chile e Paraguai. A rota 5 envolve o Rio Grande do Sul, o Uruguai, o Paraguai, a Argentina e Chile. As rotas 2, 3, 4 e 5 alcançam o Oceano Pacífico. A 5 chega também ao Atlântico.

Tebet disse também que a rota do Oceano Pacífico ao Atlântico, passando pelo Paraguai, já está em andamento. “Estamos prontos para assinar a ordem de serviço do contorno da ponte entre Brasil e Paraguai, de R$ 400 milhões. Só falta a assinatura do presidente.”

A ministra disse que o presidente Lula bateu martelo sobre rotas de integração regional: “São as que interessam ao Brasil”.

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“Não tenho dúvida que das maiores riquezas que podemos ter na América do Sul é a convivência pacífica”, disse a ministra, destacando que os países da região concordam em trabalhar pelo incremento do comércio entre as nações e em buscar soluções para desafios como o combate à fome, à miséria e à discriminação.

Mercadante, por sua vez, destacou que o presidente Lula havia manifestado o desejo de criar, ainda em sua gestão, o maior fundo financeiro de integração da América do Sul.

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