Mensagens vazadas: Moraes nega devolução de celular apreendido com ex-assessor do TSE

Em sua decisão, ministro Alexandre de Moraes afirma que o pedido de devolução do celular de Eduardo Tagliaferro, seu ex-auxiliar no TSE, é "confuso, sem fundamentação e absolutamente impertinente"

Equipe InfoMoney

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante coletiva de imprensa
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante coletiva de imprensa

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta quinta-feira (29), a devolução do celular de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro no setor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responsável pelo monitoramento de desinformação nas redes sociais.

Tagliaferro foi o pivô do pedido de investigação aberto por Moraes acerca do vazamento de mensagens de auxiliares do ministro. Reportagens publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo revelaram que o ministro do Supremo teria usado métodos “informais” para obter provas que incriminassem Bolsonaro e pessoas ligadas ao ex-presidente.

O jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de arquivos e diálogos por mensagens, trocadas de forma não oficial, que revelariam um fluxo fora do rito tradicional.

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O celular de Tagliaferro foi apreendido pela Polícia Federal (PF), por determinação de Moraes, durante depoimento prestado na semana passada.

Em sua decisão, Alexandre de Moraes disse que o pedido de devolução do aparelho é “confuso, sem fundamentação e absolutamente impertinente”.

Por determinação de Moraes, a PF investiga o vazamento de conversas entre Tagliaferro, que foi responsável pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) durante a gestão do ministro, e Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes. Tagliaferro era o responsável pela produção dos relatórios.

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Em maio do ano passado, o ex-assessor foi preso por violência doméstica. Após a prisão, ele foi demitido pelo ministro. Durante o período da prisão, o aparelho ficou sob a custódia da Polícia Civil de São Paulo.

Após a apreensão do celular, a defesa de Eduardo Tagliaferro afirmou que a medida não é comum durante depoimentos. “Mais uma situação em que o abuso de autoridade e o excesso de poder salta aos olhos”, afirmou o advogado Eduardo Kuntz.

(Com Agência Brasil)