Megaoperação na Cracolândia, em SP, prende chefe do PCC, guardas civis e traficantes

Um dos alvos da Operação Salus et Dignitas é Leonardo Moja, conhecido como Léo do Moinho e apontado como um dos chefes da facção criminosa PCC na Favela do Moinho; ele já havia sido detido em 2021

Fábio Matos

Usuários de drogas e dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro de São Paulo (SP) (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Usuários de drogas e dependentes químicos na região da Cracolândia, no centro de São Paulo (SP) (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Uma megaoperação envolvendo Ministério Público (MP), Receita Federal, Polícia Militar (PM), Polícia Civil, Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Trabalho (MPT), deflagrada na manhã desta terça-feira (6), na região da Cracolândia, no centro de São Paulo (SP), prendeu um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), três guardas civis metropolitanos e dois traficantes de drogas, além de um ex-agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

De acordo com as investigações, os guardas e o ex-guarda detidos são suspeitos de integrarem uma milícia que atuava no local. Os dois traficantes, por sua vez, teriam participado da venda de armas ilegais e cometido exploração sexual e da prostituição.

Um dos alvos da Operação Salus et Dignitas é Leonardo Moja, conhecido como Léo do Moinho e apontado como um dos chefes da facção criminosa PCC na Favela do Moinho. Ele já havia sido detido em 2021 em Praia Grande (SP), no litoral paulista, pro suspeita de ter cometido homicídio.

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Os policiais e promotores cumprem 7 mandados de prisão preventiva e 117 de busca e apreensão, todos na capital paulista, em endereços dos investigados. A Justiça expediu, ainda, 46 mandados de sequestro e bloqueio de bens e autorizou a suspensão das atividades econômicas de 44 prédios comerciais.

“Além da perda da licença, os imóveis serão lacrados pelas autoridades municipais para garantir que a atividade ilícita não volte a acontecer no local”, informou a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, por meio de nota.

De acordo com os investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, os criminosos se dividiram em cinco grupos de atuação na Cracôlandia: em ferros-velhos, milícias de GCMs, receptação de celulares, hotéis e hospedarias e na Favela do Moinho.

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“Vamos devolver o centro às pessoas”, diz Tarcísio

Em mensagem publicada em sua conta oficial no X, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comemorou a operação na Cracolândia.

“São mais de 200 mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro e bloqueio de bens e suspensão da atividade econômica para combate ao tráfico de drogas e desmobilização de estruturas usadas pelo crime organizado. Vamos devolver o centro às pessoas”, escreveu o governador.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, ainda não havia se manifestado até a última atualização deste texto.

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A Cracolândia é um dos principais dramas enfrentados pela cidade de São Paulo. A região abriga usuários de drogas e dependentes químicos em geral, que se aglomeram nas vias, praticamente à margem das ações do poder público.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”