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O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), Pablo Marçal, que apareceu numericamente à frente de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) em pesquisa do Real Time Big Data divulgada na terça-feira (3), criticou a postura do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que o atacou em depoimento exibido pela propaganda eleitoral do atual prefeito da capital.
Tarcísio é apoiador da candidatura à reeleição de Nunes, que também conta com o endosso “oficial” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em mensagem exibida pela campanha do prefeito, o governador afirma que “Marçal é a porta de entrada para Boulos” em São Paulo.
“Sua decisão de tocar no meu nome é errada porque isso vai manchar sua carreira política”, afirmou Marçal, referindo-se a Tarcísio, durante sabatina promovida, nesta quarta-feira (4), pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo UOL.
Apesar do apoio de Tarcísio e Bolsonaro, Ricardo Nunes vem enfrentando dificuldade junto ao eleitorado mais conservador em São Paulo. Grande parte dos votos bolsonaristas tem migrado para Pablo Marçal, de acordo com as pesquisas.
Na entrevista, o candidato do PRTB disse ainda que Tarcísio fez “uma primeira cagada” ao afirmar que anularia o voto em um eventual segundo turno entre Marçal e Boulos. Diante da repercussão negativa junto ao eleitorado de direita, o governador recuou e disse que havia sido mal interpretado.
Segundo Marçal, Tarcísio é uma “criatura feita pela transmissão de votos” de Bolsonaro, de quem foi ministro da Infraestrutura e, de lá, foi catapultado à candidatura ao governo de São Paulo, em 2022.
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Para o empresário e influenciador, Tarcísio “terá um problema muito sério” nas eleições de 2026 se continuar a atacá-lo. “Eu tenho representado essa frente do conservadorismo. Sou um representante forte aqui em São Paulo”, disse Marçal.
Em seu primeiro mandato à frente do Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio pode concorrer à reeleição em 2026. Seu nome é cotado, no entanto, para disputar a Presidência da República representando o legado do bolsonarismo, já que Bolsonaro está inelegível até 2030, de acordo com decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Liderança em pesquisa
Pablo Marçal, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos estão tecnicamente empatados na liderança da corrida eleitoral em São Paulo. É o que mostrou a pesquisa do Real Time Big Data, divulgada na terça-feira (3), consolidando um cenário que já vinha sendo apontado por outros institutos.
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De acordo com o levantamento, Marçal aparece numericamente à frente dos dois principais concorrentes, com 21% das intenções de voto. Nunes, candidato à reeleição, e Boulos marcam 20% cada um.
No segundo pelotão da disputa municipal, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) soma 9% das intenções de voto, tecnicamente empatada com o jornalista José Luiz Datena (PSDB), com 8%. A economista Marina Helena (Novo) marca 3% das intenções de voto.
Em relação à última pesquisa do instituto, realizada em julho, Pablo Marçal registrou um forte crescimento de 7 pontos percentuais (tinha 14%). Por outro lado, tanto Nunes quanto Boulos despencaram 9 pontos (ambos marcavam 29%).
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Tabata e Datena, por sua vez, oscilaram dentro da margem de erro: a candidata do PSB foi de 8% para 9%, enquanto o tucano recuou de 9% para 8%. Marina Helena oscilou positivamente 2 pontos percentuais, de 1% para 3% das intenções de voto.