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O empresário e influenciador digital Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), não terá apenas de superar os concorrentes na disputa eleitoral deste ano – mas também precisará bater integrantes do próprio partido que são contrários à sua candidatura.
Na quinta-feira (8), um grupo do PRTB recorreu à Justiça Eleitoral de São Paulo para tentar impedir que Marçal se candidate nas eleições de outubro.
Quem lidera essa tentativa de barrar a candidatura do empresário é o secretário-geral do PRTB, Marcos André de Andrade, autor da ação que pede a impugnação de Marçal.
Segundo Andrade, teria havido uma série de irregularidades na convenção municipal do PRTB, que homologou a candidatura de Marçal a prefeito.
De acordo com o documento apresentado à Justiça Eleitoral, o regimento interno da legenda não foi respeitado porque o diretório nacional do partido não teria autorizado o evento.
Atualmente, o PRTB tem como presidente nacional Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche.
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“Não houve consulta, nem tampouco autorização, muito menos formalização de autorização, como exige o estatuto. Tal situação, nos termos irreversíveis da norma estatutária, eivou de insanável nulidade a referida convenção e inviabiliza o registro da candidatura pretendida”, diz a representação do secretário-geral do PRTB.
A ação será analisada pela Justiça Eleitoral, mas não há prazo para que isso ocorra. Até o momento, Marçal segue como candidato do partido à prefeitura de São Paulo.
Por meio de nota, o departamento jurídico do PRTB afirma que “não houve qualquer irregularidade que possa comprometer a legitimidade dos atos realizados” na convenção.
“A condução do evento seguiu rigorosamente as normas estatutárias e legais pertinentes, garantindo a transparência e a conformidade com os procedimentos estabelecidos. Portanto, a validade das deliberações tomadas na convenção está plenamente assegurada”, diz a legenda.
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Avalanche na mira
Além de pedir a impugnação da candidatura de Pablo Marçal, a dissidência do PRTB quer o afastamento de Leonardo Avalanche do comando do partido.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, o presidente do PRTB teria sido flagrado em conversas com um suposto membro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
No áudio publicado pelo jornal, o dirigente diz que teria participado da soltura do traficante André do Rap, um dos líderes do PCC, que deixou a prisão em 2020 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Em sabatina promovida pelo portal G1, nesta sexta-feira (9), Marçal procurou se esquivar quando questionado sobre as denúncias envolvendo Avalanche.
“Se isso é uma conversa fiada, que ele apresente as declarações dele. Ele mesmo tem de se defender. Não estou defendendo ele. Eu não tenho como achar nada. Não sei a veracidade do áudio”, prosseguiu o candidato. “De toda forma, acredito que as pessoas precisam ter direito ao contraditório e à ampla defesa. Eu não faço parte disso.”
Marçal afirmou, ainda, que não conhece “todo mundo do partido” e ingressou “há pouco tempo” na legenda.
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“Eu queria um partido de gente que não tem problema. O que eu garanto é que eu, Pablo Marçal, não tenho nenhuma vinculação e não vou baixar a cabeça para quem quer que seja bandido”, disse.
“Se o presidente tiver alguma coisa [de envolvimento com o PCC], eu vou pedir o afastamento dele. Mas isso tem de ser comprovado”, concluiu.