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A saída do ex-governador de São Paulo João Doria da corrida pela Presidência da República não é um evento com força suficiente para alterar o quadro eleitoral já pintado, de polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é do ex-ministro da Fazenda e atual sócio da Tendências Consultoria Integrada Mailson da Nóbrega.
De acordo com ele, a situação de polarização já está cristalizada e não há tempo hábil para a consolidação de uma terceira via. “Estamos a quatro meses da eleição e daqui a pouco já começam as propagandas de rádio e televisão”, disse o ex-ministro, para quem nem o mercado deve reagir à saída do Doria do páreo eleitoral.
Além do mais, de acordo com Mailson, o nível de polarização entre os dois principais adversários é de 70% contra 30% na eleição passada. “É muito difícil ocorrer alguma mudança no quadro”, disse o ex-ministro.
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Para ele, a senadora Simone Tebet (MDB), cotada para a cabeça de chapa da candidatura da terceira via, tem uma boa visão de Pais, de economia e é moderada. Mas não tem o tempo necessário para solidificar sua candidatura com força para mudar a atual situação.
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“Só uma surpresa muito grande para alterar o quadro atual. Em política não se pode dar certeza de nada. O Bolsonaro, no começo da campanha de 2018, todo mundo considerava a candidatura dele uma piada”, disse.
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Também em função da saída do Doria, algumas vozes nos campos político e econômico começaram a apostar numa vitória do Lula no primeiro turno. De acordo com Mailson, isso é impossível de acontecer até porque, de acordo com o ex-ministro, Lula ainda não encontrou o tom correto para o discurso dele.
“Lula faz um discurso perigoso, dizendo que vai mexer no teto de gastos e refazer as reformas da Previdência e Trabalhista. Mas eu acredito que, como pragmático que é, depois de eleito ele vai para que centro. Já Bolsonaro, todos conhecemos. Ele gosta do conflito, do ataque às instituições. Não creio que mude”, avaliou o ex-ministro.
Para Mailson, a eleição de 2022 será decidida no segundo turno entre Bolsonaro e Lula.