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O escândalo que ficou conhecido como “máfia das creches”, fortemente explorado por candidatos à prefeitura de São Paulo (SP) nas últimas eleições municipais, voltou a assombrar o prefeito Ricardo Nunes (MDB), reeleito em outubro deste ano para o segundo mandato.
Na última terça-feira (19), a Justiça Federal autorizou a abertura, pela Polícia Federal (PF), de um inquérito que vai apurar a relação entre Nunes, ainda quando era vereador na capital paulista, e duas empresas envolvidas no esquema – uma delas supostamente em nome da família do prefeito.
De acordo com os investigadores, a chamada “máfia das creches” teria desviado recursos públicos destinados às unidades conveniadas com a prefeitura de São Paulo. A investigação teve início no âmbito da Operação Daycare, deflagrada pela PF em janeiro de 2021, que indiciou 116 pessoas.
O inquérito foi concluído em julho, depois de três anos de investigação. Ricardo Nunes não está entre os indiciados.
“É um inquérito de cinco anos. Começou em 2019, quando eu já havia sido escutado três anos antes e prestado todos os esclarecimentos. Não tem nada nesse processo ou em outro processo, nenhuma denúncia contra mim”, afirmou o prefeito.
“O que tem é uma prestação de serviço de R$ 31 mil, se eu não me engano, para uma das empresas que são investigadas e que eu já prestei os esclarecimentos. Nada de anormal. Eu recebo essa notícia com perplexidade, porque não existe absolutamente nada”, completou Nunes, nesta quinta-feira (21), ao ser questionado sobre o assunto.
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Foi a primeira manifestação pública do emedebista após a decisão judicial.
Por meio de nota, a defesa do prefeito de São Paulo informou que “impetrará habeas corpus perante as cortes e instâncias superiores visando ao trancamento do citado inquérito policial, seja pela patente ausência de indícios, excesso e, em especial, pela absoluta falta de justa causa para seu prosseguimento”.
No relatório final da PF sobre a “máfia das creches”, na Operação Daycare, a corporação afirma que “há elementos de prova de que as entidades responsáveis pelas creches apresentaram guias de recolhimento de imposto federal falsas e/ou adulteradas”.
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De 152 creches investigadas, 112 apresentaram processos de prestação de contas com indícios de irregularidades. Segundo a PF, um dos grupos criminosos investigados teriam movimentado, em um período de 4 anos, mais de R$ 1 bilhão.