Lupion: Lista de exigências da UE é inconcebível e precisa ser contestada

Chanceler Mauro Vieira disse que a resposta do Mercosul ao side letter será enviada aos europeus até 17 de setembro

Estadão Conteúdo

O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) discursa no plenário da Câmara (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) discursa no plenário da Câmara (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), disse ser “inconcebível” a lista de exigências ambientais da União Europeia apresentada no documento side letter para a negociação com o Mercosul. “É inconcebível não só para o Brasil mas também para a Argentina, Uruguai e Paraguai e precisa ser contestada”, afirmou Lupion a jornalistas, após a reunião semanal da frente com a participação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e dez embaixadores.

“Seguir uma orientação da UE para redução de impactos no nível que querem inviabiliza a produção de alimentos do Brasil. Temos cenário completamente distinto da UE e sabemos das nossas responsabilidades. Precisamos chegar a um consenso de possibilidade de livre mercado”, afirmou.

Segundo Lupion, Vieira disse que a resposta do Mercosul ao side letter será enviada até 17 de setembro. O chanceler justificou a demora no envio da contraproposta ao atraso do Paraguai em meio ao processo eleitoral do país.

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“Agora, eles enviarão essa contraproposta. O chanceler nos disse que a resposta vai incluir metas possíveis de serem cumpridas. Ao mesmo tempo que falamos do acordo, o Congresso está regulando o mercado de carbono e teremos a COP 28 no Brasil. São temas para que cheguemos em consenso”, disse Lupion. “A posição do Brasil, do Paraguai, da Argentina e do Uruguai precisa ser de consenso. É preciso haver um posicionamento dos países produtores do bloco”, defendeu Lupion.

Conforme o presidente da bancada, o ministro e os embaixadores sinalizaram que a negociação do acordo está “apenas começando”. “Ele (Vieira) deixou muito claro que esse governo recebeu o acordo pronto. Para mim, isso sinaliza que possa haver revisão”, observou Lupion. Ele disse não ver muitos pontos positivos para o agronegócio brasileiro de um eventual acordo bilateral, já que o principal destino das exportações brasileiras é a Ásia.