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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (5), que o sistema tributário brasileiro dê tratamento mais equilibrado entre os diferentes grupos da sociedade.
Em seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, transmitido pelas redes sociais, Lula disse que os mais pobres hoje pagam proporcionalmente mais impostos do que as camadas mais ricas da população, e defendeu que seja instituída uma cobrança sobre a distribuição de lucros e dividendos ‒ atualmente isenta de Imposto de Renda.
“O Estado não cria dinheiro, ele arrecada dinheiro daquilo que as pessoas trabalham, através dos impostos. O que fazemos é devolver da forma mais justa possível para o conjunto da sociedade. Quando falamos que o pobre paga proporcionalmente mais Imposto de Renda do que o rico, é verdade”, disse.
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“O pobre não tem como escolher. O pobre recebeu a folha de pagamento, desconta lá o Imposto de Renda dele. O trabalhador recebe participação no lucro, desconta o Imposto de Renda. O rico recebe salário como dividendo e como lucro e não paga [imposto]. Essa é uma discussão séria que estamos fazendo séria, porque não podemos penalizar o trabalhador. O que precisamos é cobrar aquilo que é lucro”, afirmou.
Durante o programa, que também contou com a participação do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Lula comparou o sistema de tributação de heranças no Brasil e nos Estados Unidos. Ele disse que enquanto aqui se cobra uma alíquota média de 4%, lá são 40% na transmissão de um bem.
“Aqui tem gente que nasce, vive de dividendo da família, do pai passando dinheiro, da família passando dinheiro… Nasce e morre sem pagar Imposto de Renda. Enquanto o trabalhador, no seu primeiro salário [já é tributado]“, disse.
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“O que queremos é que todo mundo contribua para que todo mundo possa estar realizado”, afirmou.
A tributação sobre a distribuição de lucros e dividendos não é assunto novo no Brasil e foi defendido durante as últimas eleições pelos principais candidatos à Presidência da República, de distintos campos ideológicos.
No programa, conduzido pelo jornalista Marcos Uchôa, Lula também comemorou indicadores econômicos recentemente divulgados, como o crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, elevando as apostas de especialistas para um nível de atividade mais elevado. O presidente salientou, ainda, a queda do desemprego e o aumento nos salários.
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E voltou a provocar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “A economia está se acertando apesar do comportamento do Banco Central. Apesar… A economia vai crescer”, disse.
“Não se preocupem, porque a economia vai voltar a crescer. O dinheiro está chegando na base, está chegando nas pessoas que precisam”, pontuou.