Lula, sobre Bolsonaro: “O Brasil está polarizado entre duas pessoas”

"Eu acho que o mundo vai continuar assim. O mundo está muito polarizado em todos os continentes", disse Lula, em entrevista ao SBT

Fábio Matos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Alvorada (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Alvorada (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (11), na entrevista que concedeu ao SBT, que a política brasileira está polarizada entre duas pessoas – ele e seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Lula, trata-se de um fenômeno não apenas brasileiro, mas global, e que deve permanecer por algum tempo.

“Não me preocupo com a polarização, porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo”, recordou Lula, mencionando as disputas que travou com Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), José Serra (2002) e Geraldo Alckmin (PSB), hoje seu vice (2006).

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“Foi assim em 1994, foi assim em 1998, foi assim em 2002, foi assim em 2006. Agora, o Brasil está polarizado entre duas pessoas. Na verdade, são duas pessoas. Não são nem dois partidos, porque o meu partido existe, o partido deles não existe. É uma legenda eminentemente eleitoral”, afirmou Lula, referindo-se a Bolsonaro e ao Partido Liberal (PL), que hoje abriga o ex-presidente.

Antes de ser eleito presidente da República pela primeira vez, Lula foi derrotado pelo tucano FHC duas vezes, em 1994 e 1998, ambas já no primeiro turno. Em 2002, o petista derrotou José Serra e, em 2006, venceu Geraldo Alckmin, ambos no segundo turno.

Em 1989, na primeira eleição presidencial após a redemocratização do país, Lula chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Fernando Collor, então no Partido da Reconstrução Nacional (PRN).

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“Eu acho que o mundo vai continuar assim. O mundo está muito polarizado em todos os continentes”, afirmou Lula. “Agora, participei de uma reunião da União Africana. Tem muita polarização lá. Eu participei de uma reunião no Caricom, dos países do Caribe, e tem muita polarização. E participei da Celac, os países da América Latina, onde também tem muita polarização”, declarou.

Para Lula, a polarização não faz mal à democracia e é necessário atrair o eleitorado “neutro” para que se possa governar o país. “Essa polarização é boa, se a gente souber trabalhar os neutros para que a gente possa construir maioria e governar o Brasil”, concluiu.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”