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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou sua participação em um evento no sertão de Alagoas, no fim da tarde desta quinta-feira (9), para reiterar que o governo federal não poupará esforços – nem recursos financeiros – para amenizar o sofrimento da população do Rio Grande do Sul.
Desde o fim de abril, o estado vem sendo devastado por fortes chuvas e enchentes que já mataram mais de uma centena de pessoas e deixaram um rastro de destruição.
Em seu discurso, o petista voltou a dizer que não levará em consideração qualquer divergência política para socorrer o estado e os municípios gaúchos. O governador do Rio Grande do Sul é Eduardo Leite (PSDB), que faz oposição a Lula e é potencial candidato tucano à Presidência da República em 2026.
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“Nossas divergências em época de eleição não valem nada quando temos de cuidar do povo deste país e demonstrar solidariedade”, afirmou Lula. “Quem é eleito presidente da República não tem que destratar governador, prefeito ou opositor. O presidente tem de ser exemplo de decência, dignidade e comportamento civilizado neste país.”
Obras no sertão
O evento marcou a assinatura, por parte de Lula, da ordem de serviço de R$ 565,9 milhões para o início das obras do trecho 5 do canal do Sertão de Alagoas, entre o km 123,4 e o km 150, nos municípios de São José da Tapera, Olho D’Água das Flores e Monteirópolis.
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Segundo o Planalto, as obras do canal adutor do sertão alagoano devem beneficiar cerca de 240 mil habitantes de 19 municípios: Arapiraca, Belém, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Estrela de Alagoas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Minador do Negrão, Olho d’Água Grande, Palmeira dos Índios, São Brás, São Sebastião, Taquarana e Teotônio Vilela.
A região faz a integração do canal com o Sistema Coletivo de Abastecimento da Bacia Leiteira e com a implantação dos Perímetros Irrigados de Olho D’Água das Flores e Monteirópolis, totalizando 3 mil hectares irrigados. Mais de 2.100 famílias devem ser beneficiadas.
Em sua fala, Lula se disse muito “triste com a chuva no Rio Grande do Sul, mas alegre com a chuva no sertão” alagoano.
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“Quando desci do helicóptero e vi o canal, a imagem que me veio à cabeça é quando eu tinha 7 anos de idade. A minha mãe saiu de Pernambuco, em Garanhuns (PE), com 8 filhos, em um pau-de-arara, para não morrer de fome, e fomos morar em São Paulo. Essa imagem é muito forte e explica por que eu não nego água a quem tem sede. Eu sei o que é, com 7 anos de idade, carregar pote de água barrenta na cabeça e a gente beber aquela água”, relatou.
“Nós temos de entender que qualquer investimento que você faça não é gasto porque você vai colher no futuro. Não tem obra mais extraordinária do que aquela que traz um sorriso de satisfação na cara de homens, mulheres e crianças”, continuou Lula.
Ao encerrar sua fala, o presidente disse, ainda, que “o povo do Rio Grande do Sul pode ter certeza de que não faltará solidariedade do povo alagoano e do povo nordestino”.
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Além de Lula, estiveram no evento dois grandes adversários políticos: o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Também marcaram presença o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL) e o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB). O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), também esteve presente.