Lula se encontra com Xi Jinping e pede maior aproximação brasileira com China

Na capital chinesa, são firmados 20 acordos comerciais com país asiático

Luís Filipe Pereira

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Depois de passar por Xangai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (14) durante visita a Pequim que quer que as relações com a China transcendam a questão comercial. Na capital chinesa, onde encerra a agenda oficial da comitiva brasileira no país asiático, foram assinados acordos de cooperação (confira na lista abaixo) e Lula reforçou a intenção de manter a aproximação nas áreas ambiental, de ciência e tecnologia e telecomunicações.

Lula indicou que pretende dar um novo significado nas relações com a China, após as constantes críticas que o ex-presidente Jair Bolsonaro fazia ao país asiático, maior parceiro comercial do Brasil.

Entre os compromissos na China, Lula visitou a fábrica da gigante de telecomunicações Huawei, em Xangai. Pelo Twitter, o presidente brasileiro disse que no encontro foram apresentadas soluções em telemedicina, educação e conectividade envolvendo a tecnologia 5G. Em novembro, o governo dos Estados Unidos vetou a venda de equipamentos da empresa alegando riscos para a segurança nacional, em mais um capítulo do embate da guerra comercial entre os países.

Na quinta-feira (13), ao ser questionado se a intenção do governo brasileiro se aproximar da China poderia representar algum tipo de desgaste na relação com os Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad disse que historicamente o Brasil “sempre dialogou com todos os quadrantes do planeta sem privilegiar fortemente ninguém”.

Ao mesmo tempo que participa deste movimento incipiente do governo Lula no xadrez internacional, buscando maior interlocução com o governo chinês, o ministro teve que explicar aos jornalistas que a iniciativa de taxar varejistas internacionais, que incluem principalmente algumas gigantes chinesas, é uma medida para preservar a livre concorrência e afastar remessas de mercadorias contrabandeadas.

Acordos comerciais

Na capital chinesa, nesta sexta-feira, o governo brasileiro anunciou a assinatura de acordos comerciais entre empresas brasileiras e chinesas, com a participação de ministros dos dois países na formalização. Três dos acordos envolvem empresas do grupo JBS, incluindo uma parceria com o Banco da China para crédito de exportação.

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“Temos com a China um extraordinário relacionamento, um relacionamento que a cada dia que passa fica mais agudo e se fortalece”, declarou o presidente brasileiro em Pequim ao chegar para reunião com o presidente da China, Xi Jinping. Na véspera, Lula havia criticado a padronização do dólar nas relações comerciais entre as nações do Brics, e sugeriu uma alternativa à moeda norte-americana.

A marca Seara acertou a compra de 280 caminhões elétricos da JAC Motors, que serão utilizados na distribuição local de produtos no Brasil. A marca Friboi fechou acordo para utilizar estrutura de distribuição de produtos da WHG na China. Também foi assinada uma parceria entre Eletrobras e State Grid para projeto de revitalização do sistema de transmissão da hidrelétrica de Itaipu.

“Eu penso que a compreensão que o meu governo tem da China é de que nós precisamos trabalhar juntos para que a relação Brasil-China não seja uma relação meramente de interesse comercial. Queremos que a relação Brasil-China transcenda a relação comercial”, destacou o presidente brasileiro.

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Atos de cooperação assinados pelo governo brasileiro e o chinês:

(Com Reuters)