Publicidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o atual nível da taxa básica de juros (a Selic, fixada em 13,75% ao ano). Em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, o mandatário disse que o patamar é “incompreensível” e sugeriu a possibilidade de mudar a meta de inflação.
Ao comentar declaração atribuída ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que, para atingir uma meta de inflação a 3%, seria necessária uma taxa de juros de 20%, Lula disse que, se o fato for verdadeiro, o objetivo estabelecido para o comportamento dos preços deveria ser modificado.
“Se a meta está errada, muda-se a meta”, afirmou.
Continua depois da publicidade
Depois, no entanto, disse que apenas discutia uma fala de Campos Neto e que não pretendia brigar com ele. Lula afirmou, ainda, que a meta de inflação seria problema do Banco Central, que tem o objetivo de buscar cumpri-la, e do Senado Federal, que aprovou a indicação do presidente da instituição.
A meta de inflação, no entanto, é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão integrado, além do presidente do BC, pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e Orçamento – atualmente Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB), respectivamente.
O objetivo para 2023 é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Para 2024 e 2025, o patamar estabelecido é de 3%, com a mesma banda de tolerância. Em fevereiro, o IPCA, índice de inflação de referência usado pelo governo, registrou alta acumulada em 12 meses de 5,6%, acima do teto da meta estabelecida para este ano.
Continua depois da publicidade
Durante o café da manhã, Lula disse que será preciso que o governo “encontre um jeito” para que a instituição monetária comece a reduzir a taxa de juros. “Vamos ter que encontrar um jeito para que o Banco Central comece a reduzir a taxa de juros”, comentou. “Não é compreensível porque não temos inflação de demanda”, continuou.
Aos jornalistas, o presidente também afirmou que os próximos nomes que indicará para diretorias do Banco Central serão de pessoas que defendem os interesses do governo. E disse que serão pessoas “da mais alta responsabilidade”.
(com agências)