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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), receberam prefeitos e governadores em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (28), que marcou a divulgação dos resultados da primeira avaliação censitária de alfabetização – o chamado Compromisso Nacional Criança Alfabetizada.
De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), 56% das crianças que estudaram em escolas da rede pública de ensino, em 2023, foram alfabetizadas na idade certa. O patamar é semelhante ao nível registrado no país em 2019 (55%), antes do início da pandemia de Covid-19.
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O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada tem como objetivo garantir que os alunos de 6 e 7 anos aprendam a ler e a escrever. Todos os estados do país aderiram à iniciativa do governo federal, além de 99,8% dos municípios. Segundo o MEC, mais de R$ 1 bilhão já foram investidos no programa.
Durante a cerimônia no Planalto, Lula e Camilo Santana receberam elogios de governadores aliados e também de alguns oposicionistas, ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – como Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro.
“Durante muito tempo, a educação foi muito mais retórica do que uma ação concreta para que se transformasse naquilo que é a única perspectiva que têm a criança e o jovem de amanhã”, disse Caiado, um dos potenciais adversários de Lula na eleição presidencial de 2026.
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“Tive a oportunidade de receber o ministro [Camilo Santana] em Goiás em duas oportunidades. Sei da sua garra, determinação e dos resultados que fazem com que todos nós busquemos chegar ao nível alcançado pelo estado do Ceará”, elogiou Caiado. “No fim do meu mandato, quero ver se eu consigo emparelhar isso que vocês fizeram no Ceará”, completou o governador, em referência aos programas educacionais bem sucedidos do Ceará, estado que foi governado por Santana entre 2015 e 2022.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também não economizou nos elogios ao presidente e ao ministro da Educação. “Saio daqui muito orgulhoso. Tenho sido um crítico feroz do pacto federativo e todas as nuances dele, sobretudo na educação. Quando a gente ouve o ministro da Educação dizendo que tem de investir mais nos municípios, que sem estados e municípios juntos não conseguiremos proporcionar uma educação de qualidade, isso é música para os ouvidos de quem torce pela educação”, disse.
“Queria parabenizar o presidente pela escolha [de Camilo Santana para o MEC] e pedir uma salva de palmas para o ministro Camilo, pela sensibilidade dele de entender que precisamos de um regime colaborativo entre os entes”, concluiu Castro.
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Sem “pressão ideológica”
Também aliado de Bolsonaro, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), convidou Lula a visitar o estado. “A pressão ideológica não faz parte do nosso calendário. Movimentações fora da institucionalidade atrapalham a nossa relação”, afirmou.
“Quando recebo um ministro do governo federal, para nós, é uma grande alegria. Fico muito feliz com o convite de Vossa Excelência e pela consideração que o senhor vem tendo pelos estados. O Tocantins está à disposição do senhor e eu quero recebê-los em breve”, disse Barbosa.
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Antes de fala de Lula, também se manifestaram os governadores Jerônimo Rodrigues (PT), da Bahia; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Elmano de Freitas (PT), do Ceará; Paulo Dantas (MDB-AL) e Fábio Mitidieri (PSD-SE). Todos estes são aliados de Lula.
Do outro lado, próximos a Bolsonaro, falaram os governadores Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; Antonio Denarium (PP), de Roraima; e Eduardo Riedel (PSDB), do Mato Grosso do Sul – também com discursos muito elogiosos ao governo federal.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que participaria da reunião por videoconferência, teve de se ausentar em função da tragédia climática no estado.
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“Pontapé inicial extraordinário”, diz Lula
Em seu pronunciamento, logo após a participação dos governadores, Lula classificou a reunião como um “pontapé inicial extraordinário” para o combate ao analfabetismo no país.
“O que vocês estão fazendo hoje aqui é mais do que um acordo federativo. Vocês estão fazendo história. É importante que a gente note que os governadores e prefeitos deste país, juntos com o governo federal, assumiram o compromisso de diminuir o índice de analfabetismo”, afirmou o presidente da República.
“Estamos propondo que, até 2030, cheguemos a pelo menos 80% de crianças alfabetizadas na idade certa. Eu acho pouco. Nós precisamos chegar a 100%. Não tem sentido que, neste país, as crianças não sejam alfabetizadas quando estão na escola”, disse Lula. “Só vamos trazer a classe média de volta à educação pública no ensino fundamental quando melhorarmos a qualidade da educação.”