Lula recebe governador de Buenos Aires, adversário de Milei, no Palácio do Planalto

Axel Kicillof é um dos principais opositores do governo de Javier Milei na Argentina. Participaram do encontro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim

Equipe InfoMoney

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante reunião com o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante reunião com o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, no Palácio do Planalto (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta terça-feira (13), o governador da província argentina de Buenos Aires, Axel Kicillof. Na reunião, no Palácio do Planalto, os dois conversaram sobre as possibilidades de cooperação e investimento entre a província (que corresponde aos estados no Brasil) e o governo e as empresas brasileiras.

“Nós trouxemos propostas de investimento. Vocês sabem que as empresas brasileiras que atuam no território argentino o fazem, proporcionalmente, em maior grau, na província de Buenos Aires. A província de Buenos Aires representa cerca de 40% da produção total da Argentina, mas também representa 50% do produto industrial da Argentina”, disse Kicillof após a reunião com Lula.

Participaram do encontro o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Mais cedo, Kicillof também se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin (PSB).

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O governador de Buenos Aires é um dos principais opositores políticos locais do presidente da Argentina, Javier Milei. Kicillof foi ministro da Economia do governo da ex-presidente Cristina Kirchner e se reelegeu para o cargo de governador, no ano passado, em primeiro turno.

“Durante meu mandato anterior, visitei São Paulo, acompanhamos empresas argentinas. Então, falamos sobre essa experiência, vemos muitas oportunidades e cremos fortemente que a chave, para cada um dos nossos países, está na integração regional”, afirmou, reforçando o interesse de estreitar vínculos com os setores produtivos do Brasil.

“Viemos reforçar e assegurar essa porta para a articulação, para a colaboração, para a cooperação e para os resultados que vamos ver com o passar do tempo”, acrescentou Kicillof, que tem grande interesse em cooperação nas áreas de energia e petróleo e nas possibilidades de investimento na indústria de gás da província.

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O governador disse, ainda, ser favorável à entrada e permanência da Argentina no Brics, grupo de nações emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e que, em janeiro de 2024, passou a contar com Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos.

A Argentina também foi aceita para integrar o bloco, mas, antes mesmo do acordo entrar em vigor, Javier Milei anunciou a desistência da adesão.

“Lula tem um papel regional e dentro dos Brics muito importante, um papel internacional muito importante, e me parece que, nesse sentido, nos ilumina e nos dá uma perspectiva com relação às possibilidades, que não são simplesmente alianças vinculadas a posicionamentos políticos e ideológicos, mas ao que mais convém para o país”, disse Kicillof.

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O governador argentino falou também sobre a situação de seu país sob o governo de Milei e se queixou sobre interrupção de repasse de recursos para as províncias, previstos em lei, corte de investimentos em programas de governo, interrupção de obras públicas e redução de aposentadorias.

(Com Agência Brasil)