Lula rebate rumores sobre desgaste de Haddad: “Extraordinário ministro”

"Todo ministro da Fazenda, desde que eu me conheço por gente, vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo e quando a coisa não dá certo", disse Lula a jornalistas em Genebra, na Suíça

Fábio Matos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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Em meio a uma onda de boatos sobre um possível desgaste do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que estaria sendo alvo de “fogo amigo” dentro do próprio governo federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu, nesta quinta-feira (13), que o chefe da equipe econômica continua prestigiado na Esplanada.

Os rumores acerca de uma suposta “fritura” de Haddad se intensificaram nas últimas semanas e causaram forte preocupação no mercado, afetando a cotação do dólar e a Bolsa de Valores.

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O ruído entre Executivo e Legislativo em torno da Medida Provisória (MP) 1227/2024, editada pelo governo para compensar as desonerações a 17 setores da economia e milhares de municípios do país – e devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –, também contribuiu para desgastar ainda mais o ministro.

“Não tem nada com o Haddad. Ele é extraordinário ministro, não sei qual é a pressão contra o Haddad”, afirmou Lula a jornalistas, em Genebra (Suíça), onde o presidente participou de um evento promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

“Todo ministro da Fazenda, desde que eu me conheço por gente, vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo e quando a coisa não dá certo”, completou Lula.

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Ainda segundo o presidente da República, Haddad “tentou ajudar” os empresários a elaborar uma alternativa à desoneração. “Nem deveria ter sido o Haddad para assumir essa responsabilidade, mas o Haddad assumiu e fez uma proposta”, explicou Lula.

“Os mesmos empresários não quiseram. Então, agora tem uma decisão da Suprema Corte, que vai acontecer. Se, em 45 dias, não houver acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração, que era o que eu queria, por isso eu vetei naquela época”, prosseguiu o petista.

“A bola está na mão do Senado e dos empresários. Encontrem uma solução, o Haddad tentou. Não aceitaram, agora encontrem uma solução.”

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”