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SÃO PAULO – Em delação premiada pela operação Lava Jato, o marqueteiro João Santana relatou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu para que Dilma Rousseff tirasse Graça Foster do comando da Petrobras por estar “fechando a torneira” para as construtoras que faziam obras da estatal. No depoimento, ele sugeriu que à época, em 2014, não via relação entre as críticas do petista e os pagamentos das empreiteiras ao partido, mas que depois passou a entender dessa forma. As informações foram dadas pela Folha de S. Paulo.
“Ele nunca deixava a entender que fechando essa torneira estava fechando forma de pagamento — mas de trás para diante, entendo dessa maneira”, afirmou Santana. Em sua declaração, porém, ele esclareceu que não pode fazer a afirmação com convicção, mas que uma avaliação da sucessão dos acontecimentos favorece tal interpretação.
O marqueteiro conta que chegou a ser usado para levar mensagens de Lula sua sucessora. “Diga à presidenta Dilma que a Graça está atrasando sistematicamente o pagamento, e muitas empresas vão parar obras importantes porque não estão recebendo”, conta Santana ter ouvido do ex-presidente.
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De acordo com o delator, Lula se queixou que as prestadoras de serviço estavam sem recursos e poderiam prejudicar a campanha de reeleição da petista. “Vem uma fila enorme de empresários se queixar a mim — que não tem coragem ou não tem acesso a ela. Tem obras que vão comprometer, e parar essas obras significa dano de imagem muito grave a ela”, teria dito o ex-presidente ao marqueteiro.