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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou, no programa eleitoral gratuito na tevê de segunda-feira (10), a promessa de zerar o Imposto de Renda de quem ganha até R$ 5 mil por mês — que já havia sido feita por Fernando Haddad na campanha presidencial de 2018 e que chegou a ser copiada (mas não cumprida) pelo atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
Na inserção, que tem como tema a retomada do poder de compra dos brasileiros, a promessa é de “Imposto de Renda zero para quem ganha até R$ 5 mil e desconto para classe média”. Na sexta-feira (7), a equipe de Lula havia afirmado que a faixa de isenção a ser proposta pelo candidato seria de R$ 3 mil.
A alteração é um desejo do petista, que já tinha falado no tema, mas depois o deixou de lado por falta de estudos do impacto na arrecadação. O custo da medida poderia ser compensado pela taxação de lucros e dividendos, prevista na proposta de reforma tributária do partido, disse uma fonte à Reuters.
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Impacto de R$ 200 bilhões
Atualmente, é isento de Imposto de Renda quem ganha até R$ 1,9 mil por mês — valor que não é corrigido desde 2015. Caso a tabela não seja corrigida novamente em 2023, quem recebe até 1,5 salário mínimo passará a pagar o tributo.
A proposta de isentar quem ganha até R$ 5 mil resultaria em renúncia fiscal de R$ 199,8 bilhões e deixaria 17,2 milhões de pessoas livres do IR, segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco). Hoje, com o limite de R$ 1,9 mil, são 7,86 milhões que não pagam o tributo.
Alerta ao agronegócio
A ex-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e senadora licenciada, Katia Abreu (PP-TO), fez um apelo no Twitter aos produtores rurais que votem em Lula, como forma de recuperar a credibilidade ambiental do país e evitar impactos negativos sobre o agronegócio.
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Katia Abreu citou a nova lei ambiental da União Europeia, aprovada pelo Parlamento Europeu, que pretente proibir a importação de produtos agropecuários oriundos de áreas desmatadas de florestas e cerrado — inclusive legalmente —, o que poderia atingir fortemente a carne e a soja do Brasil.
“Leia o que está sendo escrito lá fora sobre o governo Bolsonaro e o Brasil”, afirmou a senadora em um vídeo publicado na rede social. “Votar no Lula não é uma ameaça às nossas fazendas e aos nossos negócios. Neste momento só ele pode reverter essa situação caótica”.
(Com Reuters)