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Em novo compromisso em Minas Gerais, nesta sexta-feira (28), desta vez em Juiz de Fora (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um pouco mais comedido em seu discurso e afirmou que o governo fará o ajuste fiscal “necessário” para equilibrar as contas públicas. O petista ponderou, entretanto, que eventuais cortes não ocorrerão sobre “o povo pobre e trabalhador”.
No fim da tarde desta sexta, Lula participou da inauguração do viaduto Roza Cabinda, no centro de Juiz de Fora. O evento contou com a presença da prefeita da cidade, Margarida Salomão (PT); da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja; e dos ministros Renan Filho (Transportes), Camilo Santana (Educação), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
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“Eu farei qualquer ajuste necessário porque não quero gastar mais do que a gente ganha. Mas não será nunca em cima do povo trabalhador e do povo pobre que eu vou fazer ajuste fiscal neste país”, afirmou Lula, em mais uma resposta às cobranças do mercado para que seu governo promova um ajuste fiscal e reduza as despesas públicas.
Mais cedo, em Belo Horizonte (MG), o presidente já havia descartado a possibilidade de desvincular pensões e benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) da política de ganhos reais do salário mínimo.
“Quero que a economia cresça, que o salário cresça, que a renda cresça, porque somente o trabalho dignifica o ser humano”, disse Lula em Juiz de Fora. “Eu voltei para me transformar no presidente que mais investiu em educação neste país, o que mais investiu em ensino fundamental e escolas técnicas”, completou o presidente.
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“Bolsonaro na cadeia”, gritam militantes
Durante o discurso de Lula, os militantes que acompanhavam a fala do presidente entoaram o coro pedindo “Bolsonaro na cadeia”, em alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de uma série de inquéritos da Polícia Federal (PF) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os processos dos quais Bolsonaro é alvo, estão o inquérito que apura o suposto envolvimento do ex-presidente nos ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF, no dia 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula.
Bolsonaro também é investigado por suposta fraude no cartão de vacinação durante a pandemia de Covid-19 e por supostamente ter se apropriado de forma indevida de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo do Brasil.
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Sem citar o nome do rival político, Lula disse que foi eleito “para desmoralizar aqueles que não sabem governar e que não sabem cuidar do povo”.
“Este país não nasceu para ser pequeno. Quem é pequena a massa encefálica da cabeça de quem governou o país antes de nós”, discursou o petista. “Eu tive dois mandatos. Em todas as pesquisas, aparecia o Lula quando se perguntava quem foi o melhor presidente da história do Brasil. Depois veio a companheira Dilma [Rousseff], que sofreu o impeachment, e depois essas coisas ruins que vocês conhecem.”
Em sua fala, Lula prometeu voltar, em breve, a Minas Gerais e anunciou que continuará viajando pelo Brasil.
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“Quem quiser nos pegar, corra atrás de nós porque nós vamos viajar por este país e melhorar a vida do povo”, afirmou. “Eu não sou o pai dos pobres. Eu não sou pai de ninguém. Eu sou um de vocês que chegou à Presidência da República. Sintam que vocês estão representados.”
A obra
O viaduto Roza Cabinda, em Juiz de Fora, é uma intervenção viária que atravessa a cidade mineira. De acordo com o Planalto, foram investidos R$ 20 milhões no empreendimento, e 80% deste valor veio do governo federal.
Durante o evento, Lula assinou também assinou a ordem de serviço em dois trechos das rodovias BR-267 em Minas Gerais – entre Leopoldina e Juiz de Fora e entre Juiz de Fora e Bom Jardim de Minas.