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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou, em reunião ministerial nesta terça-feira (14), que nenhum de seus ministros anuncie qualquer política pública antes de acordo prévio com a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa (PT).
Na abertura do encontro com seus ministros no Palácio do Planalto, o mandatário disse que propostas apontadas pelos chefes das pastas precisam ser convertidas em propostas de governo antes de virem a público e disse que sua gestão não pode correr o risco de anunciar algo que não vai acontecer.
“É importante que nenhum ministro e nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil, que é quem consegue fazer com que a proposta seja do governo. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo e só serão transformadas em propostas de governo quando todo mundo souber o que será decidido”, afirmou.
“Isso é muito importante para manter a unidade do governo, a coesão do governo”, frisou Lula indicando que exemplos seriam apresentados ao longo da reunião, fora do acompanhamento da imprensa, autorizada a transmitir apenas os minutos iniciais do encontro.
Nos bastidores, a fala foi entendida como um recado para, entre outros ministros, Márcio França (PSB), que comanda a pasta de Portos e Aeroportos. Ontem (13), o ministro anunciou o programa “Voa, Brasil”, com intuito de possibilitar a aquisição de passagens aéreas a R$ 200,00 por aposentados, estudantes, servidores públicos e pessoas com renda de até R$ 6,8 mil.
De acordo com a pasta, a estimativa era emitir 12 milhões de passagens por ano. A iniciativa valeria para voos domésticos com assentos disponíveis durante os meses de fevereiro a junho e de agosto a novembro − ou seja, fora de temporada por férias.
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Durante breve discurso de abertura da reunião ministerial no Palácio do Planalto, Lula disse que os ministros “terão todo o apoio” da Casa Civil para evitar erros. “Para que a gente não prometa o que não pode cumprir, para que a gente faça apenas aquilo que está dentro da nossa possibilidade, e se tiver que arriscar alguma coisa, a gente arriscar com viés de acerto acima dos 80%, porque a gente também não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”, afirmou.
“Ninguém anuncie nada, absolutamente nada, que seja novo sem passar pela Casa Civil”, reforçou.
O presidente reforçou que, com 100 dias de governo, haverá uma primeira grande avaliação interna e disse que mesmo o que ainda não foi anunciado será lançado “em breve”. “Nós não temos muito tempo para ficar pensando o que fazer, temos que começar a fazer porque o mandato é muito curto”, declarou.