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SÃO PAULO – Três meses após recuperar seus direitos políticos com a anulação de condenações no âmbito da operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a liderar numericamente a disputa eleitoral em simulação de primeiro turno feita pela pesquisa XP/Ipespe. Veja a íntegra da pesquisa clicando aqui.
De acordo com o levantamento divulgado nesta sexta-feira (11), Lula teria 32% das intenções de voto em cenário estimulado ‒ 3 pontos percentuais a mais do que tinha nos últimos dois meses.
O petista agora tem vantagem numérica de 4 p.p. sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que oscilou negativamente de 29% em maio para atuais 28%. O quadro, contudo, configura empate técnico, já que a margem máxima de erro da pesquisa é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
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Ciro Gomes (PDT) foi o que mais perdeu na pesquisa, passando de 9% para 6%. O ex-governador do Ceará tem buscado viabilizar sua candidatura ao centro do espectro ideológico, como uma “terceira via” à disputa posta entre Lula e Bolsonaro. Nas últimas eleições presidenciais, ele obteve 12,47% dos votos válidos, com uma candidatura mais à esquerda.
O ex-juiz federal Sergio Moro (sem partido), oscilou negativamente 1 p.p., de 8% para 7%, assim como o empresário e apresentador Luciano Huck (sem partido), que foi de 5% para 4%.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece com 3% ‒ marca que tem mantido há mais de um ano nas pesquisas. Mesmo patamar tem Luiz Henrique Mandetta (DEM), que chegou a contar com 14% das intenções de voto em abril de 2020, quando deixou o Ministério da Saúde.
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Juntos, os possíveis candidatos que se autointitulam de “centro” testados nesta simulação somam 23% das intenções de voto ‒ 5 p.p. a menos que Bolsonaro e 9 p.p. paraa Lula. Os números evidenciam as dificuldades postas para o grupo nas eleições de 2022.
Além de nenhum nome aparecer como “candidato natural” do grupo, com significativa vantagem em relação aos demais, analistas chamam atenção para os obstáculos na construção de consenso em torno de um único representante, para que os potenciais votos não sejam divididos.
Já o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), conta com 2% das intenções de voto no cenário estimulado testado pela pesquisa. O levantamento mostrou que 15% dos entrevistados não responderam ou declararam voto em branco ou nulo.
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Pesquisa espontânea
No cenário espontâneo (quando o eleitor aponta seu candidato sem que nomes sejam apresentados pelo entrevistador), Lula e Bolsonaro aparecem empatados, com 24% das intenções de voto cada.
O resultado mostra uma oscilação positiva de 3 p.p. do petista e negativa de 1 p.p. do atual presidente em um mês. Neste caso, Ciro Gomes tem 3%, enquanto cinco nomes aparecem com 1% cada: Guilherme Boulos, João Amoêdo (Novo), João Doria, Luciano Huck e Sergio Moro.
Indicações de votos em branco ou nulos somam 8% dos respondentes, ao passo que 36% não souberam ou optaram por não responder.
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Segundo turno
Em simulações de segundo turno, Lula abriu 9 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro ‒ a diferença era de 2 p.p. em maio. Ele foi de 42% para 45%, enquanto o atual presidente caiu de 40% para 36%.
Bolsonaro aparece numericamente atrás de Ciro Gomes, por 41% a 37%. A diferença, porém, configura empate técnico. No último levantamento, o presidente aparecia 1 p.p. à frente: 39% a 38%.
Contra Huck, Bolsonaro tem vantagem numérica de 3 pontos, por 37% a 34%. A diferença cresce contra Doria: 39% a 33%, porém ainda dentro da margem de erro. Já contra Moro, o quadro é de empate, com os dois candidatos sustentando 32% das intenções de voto.
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O levantamento mostra que, nas simulações de segundo turno em que aparece, Bolsonaro venceria apenas Guilherme Boulos, por 40% a 30%. Já Lula, além de derrotar o presidente, superaria Moro, por 43% a 35%. Um mês atrás, eles empatavam tecnicamente.
A pesquisa XP/Ipespe foi realizada entre os dias 7 e 10 de junho. Foram feitas 1.000 entrevistas telefônicas, conduzidas por operadores, com eleitores de todas as regiões do país, com uma amostra estatística que respeita as proporções do eleitorado brasileiro.
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