Lula: governo vai explorar Margem Equatorial, mas respeitando o meio ambiente

"Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer este país crescer", afirmou Lula em evento com empresários no Rio de Janeiro (RJ)

Fábio Matos

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (12), que o governo federal deve explorar o petróleo na chamada Margem Equatorial, mas respeitará o meio ambiente. A região está localizada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte e é vista pelo setor energético com potencial para ser a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas.

Lula fez um discurso na abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024, promovido pelo Instituto da Iniciativa de Investimentos Futuros (FII Institute), no Rio de Janeiro (RJ). O presidente da República garantiu aos empresários que o país é seguro e oferece “estabilidade” aos investidores.

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Segundo o petista, a exploração do petróleo na Margem Equatorial, que está travada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), será “um salto de qualidade extraordinário” para o país.

“É importante ter em conta que, na hora em que começarmos a explorar a chamada margem equatorial, a gente vai dar um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, mas não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer este país crescer”, garantiu Lula.

Cabe ao Ibama avaliar os pedidos de licenciamento ambiental para a exploração de petróleo. No ano passado, o órgão negou o pedido do governo federal para continuar com a exploração na Margem Equatorial, mas o assunto não está encerrado. O atual presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que a entidade deve voltar a tratar do tema ainda em 2024. O Ibama está em greve desde janeiro deste ano.

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No último fim de semana, ao participar de um evento com empresários no Guarujá (SP), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), defendeu o direito do Brasil de conhecer suas potencialidades energéticas − inclusive da Margem Equatorial. “Não há nenhuma incongruência entre nós termos o direito de, primeiro, conhecer nossas potencialidades. De nós não pode ser segregado o direito de conhecermos as fontes energéticas”, disse o ministro, na ocasião.

“O que não vejo como razoável é um país que contribui tanto com a sustentabilidade não poder pensar estrategicamente. Lembrando que o carbono não tem fronteira. O carbono que a Alemanha produz não fica no limite da Alemanha. Então, é preciso uma valoração global”, afirmou Silveira.

Exploração de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial (Imagem: Divulgação/Petrobras)

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”