Publicidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quinta-feira (4), da inauguração da Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB) de Ipojuca e do trecho Belo Jardim – Caruaru da Adutora do Agreste de Pernambuco, em Arcoverde (PE), e destacou a importância das obras de transposição do Rio São Francisco para a região Nordeste.
Ao lado da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e de ministros de seu governo, Lula fez um discurso duro e reiterou que a prioridade de seu terceiro mandato no Palácio do Planalto é atender a população mais pobre do país − linha que já havia adotado em fala no dia anterior, durante a 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, quando criticou empresários e banqueiros.
“Ninguém acreditava que fosse possível fazer a transposição do São Francisco. Tudo o que é feito para o povo, eles falam que é gasto. Tudo o que é feito para os ricos, eles falam que é investimento”, disse o petista.
Continua depois da publicidade
“Eu sei o que é a vida do pobre. Eu sei o que é a vida do cara que vive lascado, que levanta todo santo dia sem saber se vai ter um bocado de feijão para comer na hora do almoço, que não sabe se vai ter emprego”, prosseguiu Lula.
“Parece que nós fomos amaldiçoados pela ganância de uns poucos que têm dinheiro e não querem ajudar muitos que não têm dinheiro”, afirmou.
A Adutora do Agreste é o maior sistema integrado de adutoras de abastecimento humano do país. Segundo estimativas do governo federal, quando todo o projeto estiver concluído, serão 1,5 mil quilômetros de adutoras que levarão 4 mil litros por segundo de água da transposição do São Francisco para abastecimento da região do agreste pernambucano.
Continua depois da publicidade
Hoje, seis municípios são atendidos. Com a inauguração da Estação Elevatória, serão nove. O abastecimento será expandido de 190 mil para 615 mil pessoas. A estação elevatória inaugurada nesta quinta faz parte da primeira de duas etapas do projeto, que tem o objetivo de beneficiar 23 cidades e 1,3 milhão de pessoas. A conclusão está prevista para 2026, último ano do governo Lula.
Leia também:
- Lula diz que país vive “momento delicado”: “Negacionismo, mentira, ódio e fake news”
- Lula diz que pegou “país desmontado” pós-Bolsonaro: “A mentira deslavada tomou conta”
- Lula promete “recuperar a indústria naval” e defende políticas de incentivo ao setor
“Relação civilizada”
Em seu discurso, Lula elogiou a governadora Raquel Lyra e ressaltou a parceria entre o governo federal e os estados, independentemente dos partidos dos quais façam parte os governadores.
Continua depois da publicidade
“Quero cumprimentar a minha querida governadora do estado de Pernambuco, Raquel Lyra. Na primeira vez que eu a encontrei, ela não estava tão simpática assim. Ela tinha sofrido a morte do marido dela [Fernando Lucena] durante as eleições, ela era meio carrancuda, e eu pensei: ‘Essa mulher é invocada’”, disse o presidente.
“Eu disse a ela que, embora a gente pertença a partidos diferentes, eu quero que você saiba que Pernambuco não terá nenhuma dificuldade com o governo federal. O que você precisar, será atendida com muita decência”, afirmou Lula. “Eu tenho certeza de que isso está acontecendo. Uma relação civilizada de entes federados que pensam no Brasil e pensam no povo.”
Considerada uma das principais lideranças nacionais do PSDB, Raquel Lyra foi eleita governadora de Pernambuco em 2022 e deve disputar a reeleição em 2026. Um de seus prováveis adversários é o atual prefeito de Recife (PE), João Campos (PSB), aliado de Lula.
Continua depois da publicidade
O presidente também aproveitou o discurso para fazer um aceno ao Congresso Nacional e ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), muito criticado nos corredores do Legislativo – especialmente pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) –, que também marcou presença no evento em Pernambuco.
“Nós conseguimos construir uma aliança política e, até agora, não perdemos a votação de nenhum projeto importante do Congresso Nacional. Eu agradeço ao companheiro Padilha e aos nossos queridos deputados”, disse Lula.
“Fake news”
Assim como tem acontecido em seus últimos pronunciamentos, Lula voltou a criticar o que chamou de “máquina de fake news” por parte de adversários. Mais uma vez, ele preferiu não citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Continua depois da publicidade
“Eu vejo a fábrica de mentiras podre, de fake news, parece um bando de lixo, uma fossa, que só fala mentira, só prega ódio, só conta falsidade”, acusou Lula. “Deus não é mentira, Deus é a verdade, e ninguém pode utilizar o nome de Deus em vão como eles usam todo santo dia.”
