Lula está lúcido, orientado e evolui bem, diz novo boletim médico do Sírio-Libanês

O presidente da República segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, em recuperação após cirurgia que drenou uma hemorragia intracraniana

Fábio Matos

Presidente Lula com os pontos na nuca devido ao acidente doméstico (Foto: Ton Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo)
Presidente Lula com os pontos na nuca devido ao acidente doméstico (Foto: Ton Molina/Foto Arena/Estadão Conteúdo)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 79 anos, está “lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem”, de acordo com informações que acabam de ser divulgadas pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP). 

Segundo o novo boletim médico divulgado no início da tarde desta quarta-feira (11), o presidente da República segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, em recuperação após cirurgia que drenou uma hemorragia intracraniana. O procedimento foi bem-sucedido. 

O boletim médico informa que Lula “permanece ainda com dreno, enquanto aguarda novos exames de rotina”. 

Mais cedo, no fim da manhã desta quarta, o cardiologista Roberto Kalil, médico de Lula, já havia antecipado aos jornalistas que o presidente estava bem. Lula, que está acompanhado apenas pela primeira dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, ainda não pode receber visitas.

Ainda não há previsão oficial de alta, mas a expectativa da equipe médica, caso o presidente continue evoluindo bem, é que Lula permaneça na UTI por cerca de 48 horas e volte a Brasília (DF) no início da próxima semana.

A cirurgia

De acordo com os médicos, Lula passou por um procedimento chamado “trepanação” para drenar um hematoma intracraniano decorrente de uma queda sofrida em outubro, após ser levado ao hospital com queixas de fortes dores de cabeça.

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No dia 19 de outubro, o petista sofreu uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF). De lá para cá, foram 52 dias até que Lula tivesse de ser submetido à cirurgia para a drenagem do hematoma

Lula caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Segundo relato do próprio Lula, ele estava sentando em um pequeno banco, para cortar as unhas do pé, quando o perdeu o equilíbrio, caiu e bateu a cabeça em uma quina – o que causou grande sangramento no local.  

O acidente ocorreu em uma noite de sábado, quando Lula e Janja se preparavam para uma viagem oficial à Rússia – eles haviam acabado de retornar de compromissos em São Paulo. 

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Dores de cabeça

Durante toda a última segunda-feira (9), Lula se queixou de dores de cabeça, e os sintomas pioraram à noite. Ele foi levado, então, ao Hospital Sírio-Libanês de Brasília, onde realizou uma série de exames. Logo em seguida, quando se detectou a necessidade de cirurgia de emergência, Lula foi transferido para a unidade do hospital em São Paulo (SP). 

Após ser submetido a uma cirurgia de emergência para drenar o hematoma no cérebro, Lula foi encaminhado à UTI, onde permanece em observação.

Leia também: Da queda no banheiro à cirurgia e UTI: veja o que aconteceu com Lula após acidente

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A cirurgia consistiu na perfuração do crânio com orifícios pequenos a partir dos quais são introduzidos drenos ─ procedimento considerado comum em neurocirurgia e que, segundo a equipe médica, não envolve violação importante do crânio e normalmente tem um processo de cicatrização espontâneo.

Inicialmente, a própria equipe médica havia informado, em boletim, que Lula passou por uma craniotomia. Os dois procedimentos são parecidos, mas o último se refere a aberturas maiores do crânio — portanto, é mais invasivo.

Em entrevista coletiva, o médico Roberto Kalil Filho, chefe da equipe responsável pelo procedimento, disse que o sangramento foi comprovado na ressonância magnética realizada em Brasília.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”