Lula: economia brasileira surpreende “os homens do mercado e pessimistas de plantão”

"É preciso que a gente tenha estabilidade fiscal, econômica, política e social. E é preciso ter previsibilidade, que é o que nós fazemos. Nada acontece a partir da meia-noite, tudo é à luz do sol”, disse Lula

Fábio Matos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O desempenho da economia brasileira nos dois primeiros anos de seu governo vem contrariando as projeções mais negativas e surpreendendo o mercado financeiro. A avaliação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi feita durante entrevista coletiva, nesta quarta-feira (25), em Nova York.

Lula conversou com os jornalistas após cumprir uma série de compromissos e agendas bilaterais paralelos à Assembleia Geral das Nações Unidas – como a reunião de ministros das Relações Exteriores dos países do G20 (grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana).

“A economia brasileira está surpreendendo positivamente. Esta é a maior sorte que eu tenho. Ela está surpreendendo os homens do mercado externo, os homens do mercado interno e os pessimistas de plantão”, afirmou o presidente brasileiro.

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Lula mencionou as estimativas de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode fechar 2024 registrando um crescimento de cerca de 3%, o que configuraria um resultado bem melhor do que as expectativas de grande parte dos analistas no início do ano.

“O Brasil tem uma chance que a gente não vai jogar fora”, disse Lula. “Eu vivi um período de muita incerteza no Brasil. Quando cheguei à Presidência da República, em 2003 [no primeiro mandato], este país não tinha dinheiro para pagar as suas importações. O FMI [Fundo Monetário Internacional] não recebia o ministro da Fazenda. Nós não só pagamos a dívida como nos transformamos na quarta reserva internacional do mundo, que é o que sustenta o Brasil até hoje. O Brasil passou a ser um país respeitado”, completou.

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Agências de risco

Lula também foi questionado sobre as reuniões que teve, ao lado do ministro Fernando Haddad (Fazenda), com representantes de agências de classificação de risco. O presidente espera que o Brasil recupere o chamado grau de investimento, concedido pelas agências, ainda durante seu mandato.

“Eu chamei as agências para conversar porque essas agências têm um histórico no Brasil. Elas vão ao Brasil, têm escritórios no Brasil, elas pesquisam… É importante que elas saibam da boca do presidente da República o que está acontecendo no país. Não precisa ouvir só a Faria Lima, só os empresários. Ouçam os trabalhadores e o presidente da República”, afirmou Lula.

Segundo o petista, os representantes das agências “têm sido decentes porque têm conversado com o ministro Fernando Haddad e com as pessoas do Tesouro”.

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“É preciso que a gente tenha estabilidade fiscal, econômica, política e social. E é preciso ter previsibilidade, que é o que nós fazemos. Nada acontece a partir da meia-noite, tudo é à luz do sol”, garantiu o presidente.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”