Lula diz que “não existe essa bobagem de vale-carne”: “Eu ri muito quando vi”

Reportagem do Estadão havia dito que governo federal estudava criar voucher para famílias mais pobres e que programa já teria até nome provisório: "Carne no Prato"

Equipe InfoMoney

Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao SBT (Foto: Reprodução/SBT)
Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao SBT (Foto: Reprodução/SBT)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (11) que “não existe essa bombagem de vale carne”. “Eu ri muito quando vi a notícia”, afirmou o presidente em entrevista ao SBT.

Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na quarta-feira (6) disse que o governo federal estudava a possibilidade de criar um voucher para famílias mais pobres compraram de carne bovina e que o programa já teria até nome provisório: “Carne no Prato”.

A ideia teria sido apresentada por um grupo de pecuaristas do Mato Grosso do Sul ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), segundo a reportagem.

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Mas Lula afirmou ao apresentador César Filho, na reestreia do programa SBT Brasil, que “não existe essa bombagem de vale carne”. O presidente também explicou o contexto da notícia. “Foi o seguinte: um cidadão entregou uma carta ao ministro, e esse ministro mandou a carta para [o Ministério d]a Casa Civil e disse para a empresa que ia estudar [a proposta]”.

Segundo o Estadão, a proposta foi encaminhada pelo ministro Pauo Teixeira para análise da Casa Civil e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Entre os pecuaristas defensores do projeto, estaria Guilherme Bumlai, filho do empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula e condenado no âmbito da Operação Lava Jato (por obter e quitar de forma fraudulenta empréstimo no Banco Schahin e envolvimento em solicitação de vantagem indevida vinculada a um contrato da Petrobras com o Grupo Schain).

Lula disse, no entanto, que o importante “é que nós precisamos baixar o preço da carne”, ressaltando que seu governo precisa trabalhar pela redução dos preços de alimentos e de energia.

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Petrobras e polarização

O presidente também falou de outros assuntos, como a não distribuição de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR3PETR4) e a polarização da política brasileira “entre duas pessoas”.

Sobre a Petrobras, Lula afirmou que a empresa deve ter preocupação com os brasileiros, não apenas com os acionistas. Segundo o petista, a estatal não pode se esquecer de que “tem uma missão” e mercado financeiro é como “um rinoceronte, um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo”. “Se eu for atender apenas à choradeira do mercado, você não faz nada”.

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“Será que o mercado não tem pena das pessoas que passam fome? Será que o mercado não tem pena de 735 milhões de pessoas que não têm o que comer? Será que o mercado não tem pena das pessoas que dormem na sarjeta no centro de São Paulo e do Rio de Janeiro? Será que o mercado não tem pena das meninas com 12 e 13 anos que, às vezes, vendem o corpo por causa de um prato de comida?”, questionou Lula.

Sobre a polarização da política brasileira, entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente afirmou que trata-se de um fenômeno global, que deve permanecer por algum tempo. “Não me preocupo com a polarização, porque o Brasil foi polarizado entre PSDB e PT durante muito tempo”, recordou Lula, mencionando as disputas que travou com Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), José Serra (2002) e Geraldo Alckmin (2006), que atualmente é seu vice-presidente e está filiado ao PSB.

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