Lula diz que discutirá mudança em ministérios nos próximos dias

Governo busca ampliar sua base de apoio e pode abrir espaço para o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Reuters

Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.
Brasília (DF) 20/03/2023 Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante solenidade que anunciou a retomada do programa Mais Médicos para o Brasil.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (25), que é normal que partidos como PP e Republicanos queiram participar do governo e que ocupem ministérios, ao mesmo tempo que afirmou que ainda não teve conversas neste sentido e que discutirá o assunto nos próximos dias.

Em sua transmissão ao vivo semanal nas redes sociais, Lula disse que não cabe aos partidos que querem entrar no governo escolherem qual pasta pretendem ocupar, mas sim ao presidente da República oferecer o comando de um ministério a um partido.

“É direito das pessoas quererem fazer acontecer e falar assim: ‘eu quero participar do governo’. E para participar do governo, você pode ter um ministério. Agora, não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério, quem escolhe o ministério é o presidente da República, quem indica o ministério é o presidente da República, quem oferece o ministério é o presidente da República”, disse Lula.

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“E eu acho plenamente possível, nós vamos discutir isso nos próximos dias. Não estou preocupado, ainda não fiz nenhuma conversa com ninguém”, garantiu o presidente.

Lula afirmou ainda que “o centrão não existe”, e que se trata de um grupo de legendas que se junta em determinadas circunstâncias.

“Deixa eu te falar uma coisa: o Lula não conversa com o centrão, o Lula conversa com os partidos políticos individualmente. Eu posso conversar com o PP, eu posso conversar com o União Brasil, eu posso conversar com os partidos que são da base, mas eu não reúno o centrão. O centrão não existe. O centrão é um ajuntamento de um grupo de partidos em determinadas situações”, disse.

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O presidente fez ainda a avaliação de que “é normal” que as legendas que formam o centrão, que majoritariamente apoiavam o ex-presidente Jair Bolsonaro, tenham interesse em participar do governo.

“Eu não quero conversar com o centrão enquanto organização, eu quero conversar com o PP, eu quero conversar com o PSD, eu quero conversar com o Republicanos, eu quero conversar com o União Brasil, é assim que a gente conversa”, disse.

“E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo, e você tentar encontrar um lugar para colocar para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos”, acrescentou.

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O governo busca ampliar sua base de apoio parlamentar e, para isso, pode abrir espaço no primeiro escalão para o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), especialmente para o PP e para o Republicanos.

Recentemente o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que os nomes dos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) foram levados a Lula como sugestão para ocupar ministérios e, de acordo com o líder, Lula “gostou muito” das sugestões.

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