Lula diz que banqueiros não precisam do Estado, mas cobram superávit e empréstimos

Lula diz que vai governar priorizando a maioria da população, que precisa do Estado

Reuters

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (3), que a população deve cobrar e “dar bronca” no governo e avisou que sua gestão irá priorizar a numerosa parcela da sociedade que “verdadeiramente” precisa do Estado, referindo-se às classes média e baixa.

Lula afirmou que é justamente esse estrato social que arca com aproximadamente 80% do Imposto de Renda no país, aproveitando para voltar a dizer que os mais ricos pagam “muito pouco Imposto de Renda”.

“Embora eu tenha sido eleito para governar para 203 milhões de brasileiros, eu não posso perder de vista que dentre esses 203 milhões de brasileiros tem uma maioria que precisa do Estado, que precisa de emprego, que precisa de salário, que precisa de saúde, que precisa de educação, que precisa de transporte coletivo, que precisa de casa para morar”, disse o presidente ao discursar na 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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“É desses que a gente tem que cuidar. É esses que a gente tem que priorizar e por isso que a gente vai priorizar a parte da sociedade que precisa verdadeiramente do governo”, disse o presidente.

Para Lula, os banqueiros não precisam do Estado, embora, ressalvou, exijam do Estado que cumpra a meta fiscal e “coloque à disposição deles bilhões”. Tampouco empresários deveriam precisar do Estado, avaliou o presidente, acrescentando que eles “vivem pegando dinheiro emprestado do Estado”.

Lula aproveitou para encorajar a plateia de estudantes da conferência que questionem, critiquem e alertem o governo sobre erros.

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“Muitas vezes ouvir, muitas vezes ser questionado, muita vezes as pessoas nos darem bronca, é melhor do que a gente ter um bando de puxa-saco só batendo nas costas da gente e dizendo que está tudo bem”, afirmou.

“É melhor, porque se não a gente não faz. A gente se acomoda… então, cobrem de nós, porque nós fomos eleitos para fazer. Nos fomos eleitos para atender exatamente a parcela da sociedade que precisa do Estado.”