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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, nesta quarta-feira (28), que deseja que os recursos do Plano Safra da Agricultura Familiar cheguem a todo o País, e não fiquem concentrados em alguns Estados. Lula participou do lançamento do Plano no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
Ele comentou que, nos anos 1990, quando Ciro Gomes era ministro da Fazenda do ex-presidente Itamar Franco, os recursos do Plano Safra voltados à agricultura familiar eram acessados principalmente por produtores de Estados do Sul, por serem mais acostumados com os trâmites de contratação. “Neste plano lançado aqui, queremos (que o crédito) seja acessado em todos os Estados brasileiros, que não haja diferença (no acesso)”, afirmou. Ciro foi ministro entre 1994 e 1995.
“Eu quero que vocês utilizem todos os recursos do Plano Safra e exijam mais do governo quando acabar. Estamos retomando uma política que nunca deveria ter acabado”, disse Lula, sobre os R$ 71,6 bilhões em crédito anunciados nesta quinta-feira.
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O presidente da República também fez referência ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estimulava a compra de armas. “Diferente de outros presidentes, não estou mandando vocês comprarem armas; quero que vocês produzam o máximo que puderem de alimentos. A grande arma que precisamos no País é o povo de barriga cheia”, afirmou.
Haddad prega mobilização relacionada a terras improdutivas
Na mesma cerimônia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é preciso criar uma mobilização no País para redestinar as terras improdutivas para a produção de alimentos. Ele argumentou que a dolarização da economia com as commodities tem afetado o preço das terras no Brasil, o que precisa ser revisto para a necessidade de se ampliar a produção de alimentos.
“A economia não vai bem se o campo não for bem, a economia não vai bem se o alimento for caro, se a miséria for a prática estabelecida no campo”, disse Haddad.
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O chefe da Fazenda ressaltou que o solo degradado precisa ser colocado a serviço do agricultor familiar e defendeu que o grande e o pequeno agronegócio são duas metades que precisam se unir – ainda que o próprio governo tenha dividido a área em dois ministérios, o da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
De acordo com Haddad, o Plano Safra foi recebido com entusiasmo no Brasil, mas a relação do País com o campo, apesar de forte, precisa ser aperfeiçoada diante dos desafios à frente, como as mudanças climáticas.