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Brasília (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em entrevista ao jornal italiano La Reppublica publicada nesta sexta-feira (14), que a paz entre Ucrânia e Rússia não pode ser negociada apenas com um dos lados à mesa, e disse não acreditar que o conflito possa terminar com uma solução militar.
“O Brasil condenou a invasão russa da Ucrânia. No entanto, acreditamos que não haverá uma solução militar para esse conflito, nem que um país possa negociar a paz sozinho, sem considerar a outra parte. As duas partes devem resolver as suas divergências na mesa de negociações. Como dizia o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, a paz não se faz entre amigos, se faz entre inimigos”, declarou.
Lula está na Itália para participar da reunião do G7. O presidente foi convidado para um encontro na Suíça que pretende tratar das negociações de paz na Ucrânia. No entanto, apesar de ter passado pelo país no dia de ontem para uma conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), disse que não iria comparecer porque a Rússia não foi chamada.
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O Brasil será representado pela embaixadora na Suíça, Cláudia Buzzi.
Em maio, Brasil e China fizeram uma proposta conjunta para negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Uma das premissas é a necessidade de representação dos dois países nas negociações. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que isso legitima a invasão russa.
Sobre se a Organização das Nações Unidas (ONU) não poderia fazer essa negociação, Lula disse que a ONU hoje é fraca, e para que possa agir é preciso fazer uma reforma do Conselho de Segurança, cortando o poder de veto dos membros permanentes.
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O presidente também foi questionado sobre o conflito na Faixa de Gaza e a possibilidade da proposta de paz para a região feita pelo presidente norte-americano, Joe Biden, prosperar, e se mostrou cético.
“Não sei se o primeiro-ministro israelense (Benjamin Netanyahu) está interessado em que tenha sucesso, mas espero que sim. O mundo inteiro espera com ansiedade o fim da guerra e a liberação dos reféns. O povo de Gaza já sofreu o suficiente”, disse.
“O cessar-fogo deve ser o primeiro passo em direção a única saída que existe, ou seja a criação de dois Estados independentes.”